Há algum tempo procuro explicação para certos comportamentos (meus também, para ser sincero) no processo de separação. Por que parece ser corrente e, às vezes em maior número, que um dos lados sempre tem de levar a pior, seja carregando o fardo sozinho, seja sendo covardemente afastado dos filhos ou (em menor escala de importância) lesado patrimonialmente.
Sei que não há resposta para tudo, nem vou me meter numa pesquisa de campo para defender alguma tese de doutorado em sociologia. Mas posso, pelo menos, olhar para trás, analisar os dois anos de disputas, de idas e vindas a reuniões de acordos, de promessas descumpridas e picuinhas infantis.
A conclusão é simples, a culpa é minha. Como provavelmente é a sua caro leitor, se a cada postagem uma identificação nasceu e cresceu forte. Pois você provavelmente acreditou existir uma solução civilizada para tudo. Acreditou que havia um ponto de equilíbrio entre os interesses dos envolvidos e que os resultados pudessem ser maximizados para o bem de todos.
E assim você tocou seu processo de separação, comprometendo-se quase além do possível acreditando ser um esforço recíproco e na disposição da outra parte. Cada um teve seu desfecho, alguns foram bons, outros (como o meu) ruins. Mas todos partiram do mesmo ponto.
Sei que pago hoje pelas minhas escolhas, por ter confiado, por ter me comprometido, por ter batalhado para cumprir minhas promessas, enfim por acreditar. Várias vezes fui questionado por que insistia em acreditar nas pessoas, por que não tomava uma titude mais enégica, por que não retribuir na mesma moeda.
Depois de muito pensar, de refletir sobre como estão as meninas hoje, sobre minha vida. só posso fazer minhas as palavras de Paulo em Tito 1-15
"Tudo é puro para os puros"
E enfrentar as consequências de meus atos...
Em setembro de 2005 me vi só. 14 anos de minha vida usurpados sem dó. Incluindo meu bem mais precioso, minhas duas filhotas. A única alternativa, lutar pelo que é meu, e escrever minha história. A do homem que recomeçou sua vida do nada, em território hostil e desconhecido. A diferença do filme com mesmo nome? Eu fiquei numa selva moderna, sem um rifle Hawkin calibre 50. Quer saber mais? Leia e particpe das estórias de Jeremiah Johnson, mas cuidado, elas podem ser iguais à sua.
quinta-feira, novembro 01, 2007
domingo, outubro 28, 2007
CAÇA AO TESOURO
Como prometi e agora que tudo já deu certo.
Chega o dia da apresentação dos trabalhos escolares de minhas pimpolhas na escola. Para não encontrar com a mãe e por precisar viajar até o interior, vou só, logo na abertura, conferir tudo para ficar horas babando de orgulho.
E não me decpecionei, á escola que dá muita atenção à redação apresentou várias composições das duas (claro que haviam trabalhos da classe toda, mas pai coruja só vê a produção das pimpolhinhas), uma mais bonitinha do que a outra. Orgulho é pouco numa hora destas.
Então segui pelos trabalhos colando pequenos marcadores plásticos (daqueles que, tipo post-it, podem ser colados e descolados facilmente) em cada um dos trabalhos delas. Neles havia escrito, na noite anterior, "Papai esteve aqui", como uma pista de que havia visto aquela peça.
A idéia, de um seriado antigo sobre uma viagem ao centro da terra, era que elas procurassem as pistas que eu havia estado por ali e quais os trabalhos visitados. Como os personagens do seriado que encontravam as marcas AS do explorador que havia feito o caminho anteriormente.
Antes do leitor(a) perguntar: Mas JJ, qual o resultado prático, afinal você poderia ter ligado para elas e contado que esteve lá?
Ora, e o barato de poder brincar com o papai à distância?
Descobri, desta forma, uma maneira de estar presente, com elas, na exposição, mesmo indo separados. Ao procurar as pistas, refizeram meu caminho pela mostra, viram o que eu ví e sentiram um pouco daquela ansiedade que toda criança tem num evento destes, quando quer mostrar tudo para o pai.
Sei que a mãe quer me ver morto nestas ocasiões, que ácabo alimentando toda sorte de sentimentos negativos mas, sinceramente, quando me ligam excitadas por terem descoberto minhas marquinhas. esqueço tudo isto pois sei que estão felizes.
Chega o dia da apresentação dos trabalhos escolares de minhas pimpolhas na escola. Para não encontrar com a mãe e por precisar viajar até o interior, vou só, logo na abertura, conferir tudo para ficar horas babando de orgulho.
E não me decpecionei, á escola que dá muita atenção à redação apresentou várias composições das duas (claro que haviam trabalhos da classe toda, mas pai coruja só vê a produção das pimpolhinhas), uma mais bonitinha do que a outra. Orgulho é pouco numa hora destas.
Então segui pelos trabalhos colando pequenos marcadores plásticos (daqueles que, tipo post-it, podem ser colados e descolados facilmente) em cada um dos trabalhos delas. Neles havia escrito, na noite anterior, "Papai esteve aqui", como uma pista de que havia visto aquela peça.
A idéia, de um seriado antigo sobre uma viagem ao centro da terra, era que elas procurassem as pistas que eu havia estado por ali e quais os trabalhos visitados. Como os personagens do seriado que encontravam as marcas AS do explorador que havia feito o caminho anteriormente.
Antes do leitor(a) perguntar: Mas JJ, qual o resultado prático, afinal você poderia ter ligado para elas e contado que esteve lá?
Ora, e o barato de poder brincar com o papai à distância?
Descobri, desta forma, uma maneira de estar presente, com elas, na exposição, mesmo indo separados. Ao procurar as pistas, refizeram meu caminho pela mostra, viram o que eu ví e sentiram um pouco daquela ansiedade que toda criança tem num evento destes, quando quer mostrar tudo para o pai.
Sei que a mãe quer me ver morto nestas ocasiões, que ácabo alimentando toda sorte de sentimentos negativos mas, sinceramente, quando me ligam excitadas por terem descoberto minhas marquinhas. esqueço tudo isto pois sei que estão felizes.
sexta-feira, outubro 26, 2007
VELHOS SERIADOS
A pergunta vai para aquelas(es) leitoras (es) que já tem uma certa quilometragem como eu e ainda lembram de seus desenhos de infância.
Você se lembra de Arnie Saknussen? Aquele das iniciais AS que marcavam o caminho que os persogens do seriado tinham de seguir?
Se lembrou e está se perguntando o que isso tem a ver com a temática deste blog, e onde quero chegar, volte amanhã, pois, se tudo der certo terei uma daquelas estórias bonitinhas para contar.
Bom final de semana
Você se lembra de Arnie Saknussen? Aquele das iniciais AS que marcavam o caminho que os persogens do seriado tinham de seguir?
Se lembrou e está se perguntando o que isso tem a ver com a temática deste blog, e onde quero chegar, volte amanhã, pois, se tudo der certo terei uma daquelas estórias bonitinhas para contar.
Bom final de semana
DE VOLTA A ATIVA
Cansou um pouco, a distância a expectativa de um novo desafio, mas depois de 9 meses, volto à sala de aula para fazer o que gosto.
A faculdade, muito bem instalada é uma viagem, quase uma hora e meia para ir e outro tanto para voltar mas, se os planos derem certo, um bom reforço no orçamento será bem vindo. Até dá para pensar numa mudança de casa para ficar mais perto.
Engraçado como a vida muda, cansados desta rotina de trabalho noturno, cansado das horas no carro a caminho (pois nem todas as faculdades ficam bem localizadas) costumava reclamar do trabalho. Foi só ficar em casa à noite um tempo para sentir falta.
Mas o sorriso estampado na cara evidenciava como me faz bem voltar.
A faculdade, muito bem instalada é uma viagem, quase uma hora e meia para ir e outro tanto para voltar mas, se os planos derem certo, um bom reforço no orçamento será bem vindo. Até dá para pensar numa mudança de casa para ficar mais perto.
Engraçado como a vida muda, cansados desta rotina de trabalho noturno, cansado das horas no carro a caminho (pois nem todas as faculdades ficam bem localizadas) costumava reclamar do trabalho. Foi só ficar em casa à noite um tempo para sentir falta.
Mas o sorriso estampado na cara evidenciava como me faz bem voltar.
ORKUTANDO
Tão animado com o Post de ontem, com a possibilidade de ter minhas bonequinhas mais perto por mais tempo, que publiquei a mensagem no orkut.
A supresa foi, diferente de outras postagens que também foram devidamente Orkutadas, o debate que formou a partir dela, tendo atingido 24 comentários em uma comunidade em menos de um dia.
Ora, primeiro não foi minha intenção ofender nenhuma mãe que carrega o piano sozinha. Tenho, por estas mulheres, uma profunda admiração. Sei que não é fácil cuidar sozinha da casa, da criança e trabalhar, merecendo assim todo o respeito.
Mas este blog é sobre um pai e sua batalha pelo direito de criar suas filhas.
Um pai que fez de tudo para garantir o conforto de suas filhas. Que briga por cada segundo ao lado de suas pimpolhas. Que vem sendo atacado impiedosamente por ter conseguido dar continuidade à sua vida. Que pagou caro por encontrado um novo amor para seguir a vida. Que não poupou esforços para chegar a um acordo evitando disputas judiciais. Enfim é uma estória incomum, mas verdadeira.
Gostaria que este blog fosse considerado uma forma de defesa dos direitos e deveres equlibrados, um registro da necessidade de preservarmos nossas crianças. Nunca como uma vingança, desafeto o demonstração de ódio.
Pois nada devia ser mais importante do que cuidarmos de nossas crianças.
A supresa foi, diferente de outras postagens que também foram devidamente Orkutadas, o debate que formou a partir dela, tendo atingido 24 comentários em uma comunidade em menos de um dia.
Ora, primeiro não foi minha intenção ofender nenhuma mãe que carrega o piano sozinha. Tenho, por estas mulheres, uma profunda admiração. Sei que não é fácil cuidar sozinha da casa, da criança e trabalhar, merecendo assim todo o respeito.
Mas este blog é sobre um pai e sua batalha pelo direito de criar suas filhas.
Um pai que fez de tudo para garantir o conforto de suas filhas. Que briga por cada segundo ao lado de suas pimpolhas. Que vem sendo atacado impiedosamente por ter conseguido dar continuidade à sua vida. Que pagou caro por encontrado um novo amor para seguir a vida. Que não poupou esforços para chegar a um acordo evitando disputas judiciais. Enfim é uma estória incomum, mas verdadeira.
Gostaria que este blog fosse considerado uma forma de defesa dos direitos e deveres equlibrados, um registro da necessidade de preservarmos nossas crianças. Nunca como uma vingança, desafeto o demonstração de ódio.
Pois nada devia ser mais importante do que cuidarmos de nossas crianças.
quarta-feira, outubro 24, 2007
BOAS NOTÍCIAS
Melhor do uma noite bem dormida é acordar com boas notícias logo pela manhã. Pois no Estadão de hoje vem a esperança de milhares de pais presentes, cuja convivência com os filhos tem se tornou um transtorno por conta de uma mulher rancorosa, ganaciosa ou emocionalmente instável.
A aprovação no Senado do projeto que cria a guarda compartilhada, de autoria do Senador Demóstenes Torres (DEM-GO), promete acabar com a famosa "profissão: ex-mulher", dando um fim à demandas financeiras crescentes de gente que considera um filho uma aposentadoria privada.
Por vários motivos tenho nutrido um grande respeito pelos DEMOCRATAS e não vou discorrer sobre política por aqui mas, como um pai cansado, confesso que conquistaram meu voto incondicionalmente para todas as eleições daqui para frente.
Parabéns a nós pais, que enfrentamos o inferno todos os dias em que vemos nossos filhos usados contra nós.
A aprovação no Senado do projeto que cria a guarda compartilhada, de autoria do Senador Demóstenes Torres (DEM-GO), promete acabar com a famosa "profissão: ex-mulher", dando um fim à demandas financeiras crescentes de gente que considera um filho uma aposentadoria privada.
Por vários motivos tenho nutrido um grande respeito pelos DEMOCRATAS e não vou discorrer sobre política por aqui mas, como um pai cansado, confesso que conquistaram meu voto incondicionalmente para todas as eleições daqui para frente.
Parabéns a nós pais, que enfrentamos o inferno todos os dias em que vemos nossos filhos usados contra nós.
SAINDO PARA A VIDA
Arrumando as malas para mais um recomeço, começo inconsciente um balanço de quanta coisa inutil tenho nos armários. Não sei se é daquelas manias que passam de geração em geração, mas a verdade é que, de um guarda-roupa lotado, pelo menos 50% não tem qualquer utilidade.
Seja uma calça rasgada há ano esperando algum milagre (ou festa junina) para ser usada novamente, sejam camisas velhas que sempre são preteridas pelas ganhas em aniversários mais recentes.
Enfim, metade eu levei, um quartoo ficou e outro quarto foi doado ou jogado fora. O saldo da mudança, um quarto mais em ordem e a consciência de ter de fazer isso mais vezes.
E Jeremiah Johnson parte para novas experiências, com uma saudade imensa de minhas garotas, mas determinado a tê-las de volta em breve.
Mas se Mateus 22-39 diz:
Agora é hora de ser um pouco egoísta.
Seja uma calça rasgada há ano esperando algum milagre (ou festa junina) para ser usada novamente, sejam camisas velhas que sempre são preteridas pelas ganhas em aniversários mais recentes.
Enfim, metade eu levei, um quartoo ficou e outro quarto foi doado ou jogado fora. O saldo da mudança, um quarto mais em ordem e a consciência de ter de fazer isso mais vezes.
E Jeremiah Johnson parte para novas experiências, com uma saudade imensa de minhas garotas, mas determinado a tê-las de volta em breve.
Mas se Mateus 22-39 diz:
Amarás o teu próximo como a ti mesmo,
Agora é hora de ser um pouco egoísta.
segunda-feira, outubro 22, 2007
O SHOW
Bem, depois de um fim de semana meio para baixo, tive uma última promessa a pagar. Quando deveria estar bancando o papai, tive de bancar o titio.
E, cumprindo a tarefa prometida à minha irmã, acompanhei minhas sobrinhas adolescentes a um concerto de algo que se assemelha a muito a rock.
Há anos que não participava de algo tão bizarro. Pois para um cara que foi a pé e voltou do Morumbi para ver o Queen. Dançou na lama no Rock in Rio I, correu depois do vestibular para ver Van Hallen e enfrentou 10 horas de fila para o KISS, ir ao Tom Brasil assistir quatro moleques barrulhentos é programa de moça.
O programa foi divertido, duas horas em pé numa fila com duas adolescentes que, como a grande maioria ali, morriam de vergonha de ir sob supervisão de um adulto. Dai, mais uma hora e quinze parado esperando o show começar.
A cada movimento atrás das cortinas e as meninas (todas, não só as sobrinhas) enlouqueciam, gritando histéricas pelo conjunto. Pelo menos pude sentar num canto enquanto esperava para saber o que os caras tocavam.
De repente, num clima meio épico, com direito à música classica e tudo, começa a pauleira.
Por mim saía correndo de lá neste momento, a sonzeira era infernal, com graves numa altura que sentia o peito vibrar. O vocalista, um tipinho que fazia o Fred Mercury parecer macho, urrava alguma coisa enquanto pulava feito uma gazela. Cheio de trejeitos e de jogadas de cabelo recém saídos da chapinha, até ensaiou se jogar no meio da platéia, que, meio lenta, nem foi capaz de trucidá-lo e abreviar o sofrimento dos adultos.
Mas a vantagem de show de rock moderno é a comodidade das casas de espetáculo. Banheiro limpinho, proibido fumar, lotado de seguranças gigantescos e um bar em uma sala separada onde poderia ver o show no telão, sem ficar surdo.
Então, três cervejas depois, saem duas sobrinhas exauridas e felizes e posso voltar para casa.
Se não considerarmos a perda do Pânico na TV e o fato de estar parecendo meu pai descrevendo os shows que eu costumava ir, valeu por poder curtir as sobrinhas, já que as filhas estão longe.
E, cumprindo a tarefa prometida à minha irmã, acompanhei minhas sobrinhas adolescentes a um concerto de algo que se assemelha a muito a rock.
Há anos que não participava de algo tão bizarro. Pois para um cara que foi a pé e voltou do Morumbi para ver o Queen. Dançou na lama no Rock in Rio I, correu depois do vestibular para ver Van Hallen e enfrentou 10 horas de fila para o KISS, ir ao Tom Brasil assistir quatro moleques barrulhentos é programa de moça.
O programa foi divertido, duas horas em pé numa fila com duas adolescentes que, como a grande maioria ali, morriam de vergonha de ir sob supervisão de um adulto. Dai, mais uma hora e quinze parado esperando o show começar.
A cada movimento atrás das cortinas e as meninas (todas, não só as sobrinhas) enlouqueciam, gritando histéricas pelo conjunto. Pelo menos pude sentar num canto enquanto esperava para saber o que os caras tocavam.
De repente, num clima meio épico, com direito à música classica e tudo, começa a pauleira.
Por mim saía correndo de lá neste momento, a sonzeira era infernal, com graves numa altura que sentia o peito vibrar. O vocalista, um tipinho que fazia o Fred Mercury parecer macho, urrava alguma coisa enquanto pulava feito uma gazela. Cheio de trejeitos e de jogadas de cabelo recém saídos da chapinha, até ensaiou se jogar no meio da platéia, que, meio lenta, nem foi capaz de trucidá-lo e abreviar o sofrimento dos adultos.
Mas a vantagem de show de rock moderno é a comodidade das casas de espetáculo. Banheiro limpinho, proibido fumar, lotado de seguranças gigantescos e um bar em uma sala separada onde poderia ver o show no telão, sem ficar surdo.
Então, três cervejas depois, saem duas sobrinhas exauridas e felizes e posso voltar para casa.
Se não considerarmos a perda do Pânico na TV e o fato de estar parecendo meu pai descrevendo os shows que eu costumava ir, valeu por poder curtir as sobrinhas, já que as filhas estão longe.
domingo, outubro 21, 2007
O TREM
Sei que sou um cara ansioso, que acredita não existir nada pior que a espera, que a antecipação, que ter de aguardar algo acontecer. Meu otimismo então só faz piorar tudo. Não sei explicar porque, mas vai crescendo algo dentro do peito e preciso tomar uma iniciativa, ou isto me consome por dentro.
Pois eis que lá vou eu para uma daquelas conversas difíceis, daquelas que o peito tem de estar aberto, o coração exposto e estarmos dispostos a tudo pelo que acreditamos. Nem exigi muito, só precisava ver uma luz no fim do túnel, pequenina de tudo, mas uma luz. Um pequeno sinal que fosse, para manter acesa uma chama que teima em não se apagar. Um motivo para levantar da cama pela manhã. Uma razão para seguir em frente
Mas a luz não estava mais lá, esvaneceu-se numa nuvem de pequenas mágoas e erros do passado. Enterrando de vez qualquer esperança para um futuro a tanto desejado.
Ao que parece o Senhor decidiu há muito tempo meu caminho, burrice minha desafiar a tudo e a todos e não poupar esforços para fugir do destino, estupidez acreditar no livre arbítrio, ingenuidade imaginar ser capaz de reduzir o sofrimento alheio.
Em resumo, só aumentei a lambança. Mais uma vez dei ouvidos ao coração e o resultado não foi o esperado. As vezes começo a pensar que se algum dia aparecer uma luz no fim do meu túnel, é bem capaz de ser um trem...
Pois eis que lá vou eu para uma daquelas conversas difíceis, daquelas que o peito tem de estar aberto, o coração exposto e estarmos dispostos a tudo pelo que acreditamos. Nem exigi muito, só precisava ver uma luz no fim do túnel, pequenina de tudo, mas uma luz. Um pequeno sinal que fosse, para manter acesa uma chama que teima em não se apagar. Um motivo para levantar da cama pela manhã. Uma razão para seguir em frente
Mas a luz não estava mais lá, esvaneceu-se numa nuvem de pequenas mágoas e erros do passado. Enterrando de vez qualquer esperança para um futuro a tanto desejado.
Ao que parece o Senhor decidiu há muito tempo meu caminho, burrice minha desafiar a tudo e a todos e não poupar esforços para fugir do destino, estupidez acreditar no livre arbítrio, ingenuidade imaginar ser capaz de reduzir o sofrimento alheio.
Em resumo, só aumentei a lambança. Mais uma vez dei ouvidos ao coração e o resultado não foi o esperado. As vezes começo a pensar que se algum dia aparecer uma luz no fim do meu túnel, é bem capaz de ser um trem...
sábado, outubro 20, 2007
O BEIJO QUE FICA
Leio no Estadão sobre a morte da protagonista do mais famoso e escandaloso beijo do cinema. A atriz Debora Kerr faleceu esta semana.
Não me lembro de mais nada que ela tenha feito além do papel imortalizado por uma cena. Aliás me lembro muitopouco da relevância do papel, ou dos detalhes do filme. Mas lembro do beijo.
Essa é a essência do beijo, ele não podia ser esquecido, ele não podia, como diz Liv Tiller em the Wonders, ser desperdiçado. O beijo, que tanto sentimento carrega quando acontece, é o mais significativo ato de nossas vidas e devia, como aquele entre Debora Kerr e Burt Lancaster, ser eternizado num filme e no coração.
Pena que, na maioria das vezes, colocamos tantas coisas na frente daqueles beijos mais importantes, a ponto de apagá-los.
Não me lembro de mais nada que ela tenha feito além do papel imortalizado por uma cena. Aliás me lembro muitopouco da relevância do papel, ou dos detalhes do filme. Mas lembro do beijo.
Essa é a essência do beijo, ele não podia ser esquecido, ele não podia, como diz Liv Tiller em the Wonders, ser desperdiçado. O beijo, que tanto sentimento carrega quando acontece, é o mais significativo ato de nossas vidas e devia, como aquele entre Debora Kerr e Burt Lancaster, ser eternizado num filme e no coração.
Pena que, na maioria das vezes, colocamos tantas coisas na frente daqueles beijos mais importantes, a ponto de apagá-los.
sexta-feira, outubro 19, 2007
CUIDE-SE
Não sei se é pela falta de perspectiva, ou se pela duração da batalha, ou se pela perda de tantas coisas que construí ao longos destes dois anos. Mas cansei. Cansei de defender princípios sólidos, cansei de brigar para fazer o que é certo, cansei de ter de explicar porque me importo, cansei de conselhos.
Não que estivesse implorando por um ombro amigo, pois quem acostuma carregar pianos sozinho, dificilmente divide cargas. Na verdade acho que não sou tão boa companhia assim nestes momentos para abusar tanto das pessoas.
Mas também acho que esperava mais, muito mais. Afinal, depois de tanta coisa, enfrentar tudo novamente, sozinho ainda por cima, é de doer. Mas a vida é assim, num dia você segura todas as ondas, você cuida, se dedica, protege, acalma, fortifica, incentiva, alegra, nutre, enfim, ama incondicionalmente.
No outro, olha para a parede sozinho num apartamento escuro pensando na vida, depois de te mandarem se cuidar e resolver seus problemas, quando tudo que queria era um sorriso, uma palavra bonita, um pouco daquilo tudo de volta.
E ainda tem gente que acredita poder te julgar...
Não que estivesse implorando por um ombro amigo, pois quem acostuma carregar pianos sozinho, dificilmente divide cargas. Na verdade acho que não sou tão boa companhia assim nestes momentos para abusar tanto das pessoas.
Mas também acho que esperava mais, muito mais. Afinal, depois de tanta coisa, enfrentar tudo novamente, sozinho ainda por cima, é de doer. Mas a vida é assim, num dia você segura todas as ondas, você cuida, se dedica, protege, acalma, fortifica, incentiva, alegra, nutre, enfim, ama incondicionalmente.
No outro, olha para a parede sozinho num apartamento escuro pensando na vida, depois de te mandarem se cuidar e resolver seus problemas, quando tudo que queria era um sorriso, uma palavra bonita, um pouco daquilo tudo de volta.
E ainda tem gente que acredita poder te julgar...
quinta-feira, outubro 18, 2007
O FUGITIVO
Pois lá vou eu de novo para esta vida. Mais uma vez, graças à meandros incompreensíveis da justiça e o ódio cego de uma pessoa cuja missão na terra parece ser causar o sofrimento alheio, volto a viver na clandestinidade.
É sempre fácil enfrentar certas situações se olharmos o lado bom das coisas, mas infelizmente o lado ruim tem ganho de lavada e levantar pela manhã começa a ficar difícil.
Não por mim, pois venho me preparando para isto há algum tempo e até estaria disposto a enfrentar uma temporada atrás das grades para dar um fim neste calvário. Mas apesar de plausível, seria um tormento para a família, um prejuízo financeiro que demorei para reconstruir e só aumentaria a angústia da família.
Então agora livre de certos laços, parto para uma nova vida, mais um recomeço, cada vez mais sozinho. Sinto pela família, sinto pelas crianças (que estão sob vigilância para o caso de me aproximar delas), sinto pela Sra. Johnson cuja saudade recusa-se a ceder.
Mas não sinto por mim, pois acho que situações extremas nos obrigam a tomar atitudes mais ousadas que estávamos adiando. Estava na hora de mudar daqui.
É sempre fácil enfrentar certas situações se olharmos o lado bom das coisas, mas infelizmente o lado ruim tem ganho de lavada e levantar pela manhã começa a ficar difícil.
Não por mim, pois venho me preparando para isto há algum tempo e até estaria disposto a enfrentar uma temporada atrás das grades para dar um fim neste calvário. Mas apesar de plausível, seria um tormento para a família, um prejuízo financeiro que demorei para reconstruir e só aumentaria a angústia da família.
Então agora livre de certos laços, parto para uma nova vida, mais um recomeço, cada vez mais sozinho. Sinto pela família, sinto pelas crianças (que estão sob vigilância para o caso de me aproximar delas), sinto pela Sra. Johnson cuja saudade recusa-se a ceder.
Mas não sinto por mim, pois acho que situações extremas nos obrigam a tomar atitudes mais ousadas que estávamos adiando. Estava na hora de mudar daqui.
segunda-feira, outubro 15, 2007
SOZINHO NA CIDADE
Sem poder viajar no feriado, com as crianças longe, enfrento depois de 2 anos o primeiro fim de semana longo sozinho em São Paulo.
Como qualquer acontecimento temos sempre dois lados, o negativo, por sentir pela primeira vez saudades de um monte de coisas que ainda não consigo superar a falta, e o positivo, de descobrir que os amigos sempre aparecem nas horas de aperto.
Um churrasco num dia, um almoço em outro e coroação com um espetáculo que, mesmo diante da inutilidade de recomendar por ter acabado ontem, é algo a ser monitorado e visto assim que voltar à cidade. Anotem o nome "Jogando no Quintal"
Pois um grupo de amigos há 5 anos criou uma brincadeira que deu tão certo que virou show. Um jogo de improvisações de tirar o chapéu.
A coisa é organizada como uma disputa entre duas equipes de palhaços, a cada vez uma pessoa da audiência dá um tema e o grupo deve organizar uma cena em torno deste tema. Um juiz alucinado e uma banda de primeira grandeza dão fluidez e o acompanhamento musical.
Não vou conseguir traduzir o ambiente, mas com certeza, mais da metade das pessoas naquele teatro já haviam visto o espetáculo uma meia dúzia de vezes. Alguns a ponto de levar cartazes para determinadas partes, ou objetos a serem usados em cena.
Poucas são as ocasiões em que me lembro de ter rido tanto, menos são aquelas em acabei participando tantas vezes das brincadeiras (nesta foram 3), mas nunca havia jogado uma torta na cara de um palhaço...
Pois não é que acabei jogando duas.
Como qualquer acontecimento temos sempre dois lados, o negativo, por sentir pela primeira vez saudades de um monte de coisas que ainda não consigo superar a falta, e o positivo, de descobrir que os amigos sempre aparecem nas horas de aperto.
Um churrasco num dia, um almoço em outro e coroação com um espetáculo que, mesmo diante da inutilidade de recomendar por ter acabado ontem, é algo a ser monitorado e visto assim que voltar à cidade. Anotem o nome "Jogando no Quintal"
Pois um grupo de amigos há 5 anos criou uma brincadeira que deu tão certo que virou show. Um jogo de improvisações de tirar o chapéu.
A coisa é organizada como uma disputa entre duas equipes de palhaços, a cada vez uma pessoa da audiência dá um tema e o grupo deve organizar uma cena em torno deste tema. Um juiz alucinado e uma banda de primeira grandeza dão fluidez e o acompanhamento musical.
Não vou conseguir traduzir o ambiente, mas com certeza, mais da metade das pessoas naquele teatro já haviam visto o espetáculo uma meia dúzia de vezes. Alguns a ponto de levar cartazes para determinadas partes, ou objetos a serem usados em cena.
Poucas são as ocasiões em que me lembro de ter rido tanto, menos são aquelas em acabei participando tantas vezes das brincadeiras (nesta foram 3), mas nunca havia jogado uma torta na cara de um palhaço...
Pois não é que acabei jogando duas.
domingo, outubro 14, 2007
AMOR INCONDICIONAL - ERRATAS
Ao(à) caro(a) leitor(a) devo desculpas, há alguns dias publiquei esta estória tão cheia de erros, que não refletia a com exatidão os acontecementos dando uma falsa impressão da real dimensão dos fatos.
Pois não é que, num churrasco ontem, conheci o casal protagonista da estória e pude apurar tudo com exatidão.
Pois não foram quase 20 anos de espera, foram quase 30, a exatidão se deve à lembrança nítida do primeiro momento em que ele a viu entrando na faculdade, apaixonando-se de imediato.
O segundo erro foi o fato de ainda haver um casamento e da decisão de acabar com tudo para viver aquele amor que desconhecia.
E o terceiro erro foi não ter conseguido traduzir no texto a forma como se olham, como transmitem a intensidade do que vivem.
Confesso ter ficado feliz por constatar que existem estórias assim, que é possível o sentimento tão forte aflorar quase de imediato, solidificar-se na convivência diária e manter-se intacto e puro ao longo de muitos anos.
É caro(a) leitor(a), é muito bom poder ter experança...
Pois não é que, num churrasco ontem, conheci o casal protagonista da estória e pude apurar tudo com exatidão.
Pois não foram quase 20 anos de espera, foram quase 30, a exatidão se deve à lembrança nítida do primeiro momento em que ele a viu entrando na faculdade, apaixonando-se de imediato.
O segundo erro foi o fato de ainda haver um casamento e da decisão de acabar com tudo para viver aquele amor que desconhecia.
E o terceiro erro foi não ter conseguido traduzir no texto a forma como se olham, como transmitem a intensidade do que vivem.
Confesso ter ficado feliz por constatar que existem estórias assim, que é possível o sentimento tão forte aflorar quase de imediato, solidificar-se na convivência diária e manter-se intacto e puro ao longo de muitos anos.
É caro(a) leitor(a), é muito bom poder ter experança...
sábado, outubro 13, 2007
O TEMPO LARGO
Um dos grandes problemas de encararmos de frente nossas vidas é o tempo. Sim caro(a) leitor(a), sei que todos dizem ser o tempo o melhor remédio. Mas tempo não se vende em farmácia e quando sentimos a dor da saudade de uma pessoa que se foi, quanto tempo essa dor e esse vazio vão ficar por lá?
Infelizmente, por uma questão conceitual, a única coisa que conseguimos nesta horas, é adicionar a ansiedade e a frustração à espera. Pois somos incapazes de conviver com um tempo que não é mensurável.
Neste ponto você já está perguntando: Jeremiah, você enlouqueceu? Como assim tempo que não pode ser medido? O tempo sempre pôde ser controlado em dias, meses, anos, horas, minutos, segundos...
É mesmo?
E quanto tempo levamos para aprender algo?
Quantos dias levamos para nos apaixonar?
Quantos meses levam para se esquecer algo? ou alguém?
Por que levamos anos para perdoar alguém? e alguns segundos para perdoar um filho? O ato de perdoar não deveria ser igual para todos?
Os gregos olhavam o tempo de duas formas, uma, aquela que conhecemos, o Tempo Curto, onde tudo é medido, tem prazo e ordem, enfim faz parte de nossa vida diária quando comemoramos aniversários, controlamos quanto durou cada evento importante ou não.
Mas existe um segundo conceito, o Tempo Largo, aquele em que não pode ser medido, nem controlado. Dura o tanto que deveria durar e não será medido porque nunca sabemos quando ele começou.
Relacionamentos, caro(a) leitor(a), funcionam no Tempo Largo, tudo leva o tempo que deve levar. Você se apaixona ou se desencanta, você aprende ou esquece, você ama ou deixa de amar quando for a hora e dura o que tiver de durar.
Meu conselho, com muita sinceridade, de alguém que já esperou e se desesperou, que contava as horas quando tudo iria se resolver e acabou frustrado, É:
Relaxe e aproveite a viagem, pois daqui a pouco a vida passou e você não viu...
Infelizmente, por uma questão conceitual, a única coisa que conseguimos nesta horas, é adicionar a ansiedade e a frustração à espera. Pois somos incapazes de conviver com um tempo que não é mensurável.
Neste ponto você já está perguntando: Jeremiah, você enlouqueceu? Como assim tempo que não pode ser medido? O tempo sempre pôde ser controlado em dias, meses, anos, horas, minutos, segundos...
É mesmo?
E quanto tempo levamos para aprender algo?
Quantos dias levamos para nos apaixonar?
Quantos meses levam para se esquecer algo? ou alguém?
Por que levamos anos para perdoar alguém? e alguns segundos para perdoar um filho? O ato de perdoar não deveria ser igual para todos?
Os gregos olhavam o tempo de duas formas, uma, aquela que conhecemos, o Tempo Curto, onde tudo é medido, tem prazo e ordem, enfim faz parte de nossa vida diária quando comemoramos aniversários, controlamos quanto durou cada evento importante ou não.
Mas existe um segundo conceito, o Tempo Largo, aquele em que não pode ser medido, nem controlado. Dura o tanto que deveria durar e não será medido porque nunca sabemos quando ele começou.
Relacionamentos, caro(a) leitor(a), funcionam no Tempo Largo, tudo leva o tempo que deve levar. Você se apaixona ou se desencanta, você aprende ou esquece, você ama ou deixa de amar quando for a hora e dura o que tiver de durar.
Meu conselho, com muita sinceridade, de alguém que já esperou e se desesperou, que contava as horas quando tudo iria se resolver e acabou frustrado, É:
Relaxe e aproveite a viagem, pois daqui a pouco a vida passou e você não viu...
A BALEIA E O CAPITÃO
Há um filme em que o bordão do ator principal é não existirem coincidências. Não sei se pela hora ou pela perda da capacidade de guardar informações inúteis, mas qualquer que seja a razão, não consigo lembrar nada além disto.
Será que não existem mesmo?
Pois há alguns dias a Kika e seu Meme me trouxeram uma estória que há muito pensava em ler. Hoje na 2001 encontro Gregory Peck em um dos grandes papéis de sua carreira na mesma estória. Não é de se estranhar que a metáfora me acertou em cheio ao final da noite.
Pois não é só meu caso, outros tantos, me são narrados como comédia da vida privada, curiosidade sobre quão baixo o ser humano é capaz de descer e quanto as situações podem degradar trazendo sofrimento aos envolvidos.
No final via minha vida (e a de tantos outros no mesmo papel) no lugar da grande baleia branca, objeto de ódio e vingança, onde a outra parte, um Ahab enlouquecido só consegue focar em sua vingança cega e raiva descontrolada, a ponto de destruir a tudo e a todos envolvidos na caçada insana.
Mas a baleia não pode ser destruída, ela vai continuar de uma forma ou de outra, carregando as grandes cicatrizes das batalhas travadas, vitoriosa pelo simples fato de não poder ser destruída pelas mãos humanas.
Melville é duro de ler, acredite caro leitor. Na versão Regaee da música Moby Dick (olha eu embarcando na Helman's Airways de novo) o vocalista diz ter lido o livro duas vezes e não ter entendido nada. Senti que trilhava o mesmo caminho até hoje.
Espero um dia que isto mude, que a consciência pese, que o juizo chegue...pois o futuro, se nada for feito, eu sei qual será.
Será que não existem mesmo?
Pois há alguns dias a Kika e seu Meme me trouxeram uma estória que há muito pensava em ler. Hoje na 2001 encontro Gregory Peck em um dos grandes papéis de sua carreira na mesma estória. Não é de se estranhar que a metáfora me acertou em cheio ao final da noite.
Pois não é só meu caso, outros tantos, me são narrados como comédia da vida privada, curiosidade sobre quão baixo o ser humano é capaz de descer e quanto as situações podem degradar trazendo sofrimento aos envolvidos.
No final via minha vida (e a de tantos outros no mesmo papel) no lugar da grande baleia branca, objeto de ódio e vingança, onde a outra parte, um Ahab enlouquecido só consegue focar em sua vingança cega e raiva descontrolada, a ponto de destruir a tudo e a todos envolvidos na caçada insana.
Mas a baleia não pode ser destruída, ela vai continuar de uma forma ou de outra, carregando as grandes cicatrizes das batalhas travadas, vitoriosa pelo simples fato de não poder ser destruída pelas mãos humanas.
Melville é duro de ler, acredite caro leitor. Na versão Regaee da música Moby Dick (olha eu embarcando na Helman's Airways de novo) o vocalista diz ter lido o livro duas vezes e não ter entendido nada. Senti que trilhava o mesmo caminho até hoje.
Espero um dia que isto mude, que a consciência pese, que o juizo chegue...pois o futuro, se nada for feito, eu sei qual será.
terça-feira, outubro 09, 2007
OBRIGADO GEORGE
Sempre achei a coisa mais bizarra do mundo o campeão George Foreman e seu famoso eletrodoméstico. Não sou um "chef", mas também não faço feio com uma panela na mão, mas confesso que por a casa em ordem depois de preparar uma refeição, é um desestímulo à aventuras culinárias.
Até que um dia ganho o famoso grill.
Não vou fazer propaganda, pois existem diversos equipamentos iguais, mas para um homem solteiro, e uma clara necessidade de uma alimentação minimamente saudável, não ter de lidar com uma pia cheia numa segunda-feira à noite é uma benção.
O duro agora será lidar com vontade de ir atrás de uma máquina de fazer pão.
Até que um dia ganho o famoso grill.
Não vou fazer propaganda, pois existem diversos equipamentos iguais, mas para um homem solteiro, e uma clara necessidade de uma alimentação minimamente saudável, não ter de lidar com uma pia cheia numa segunda-feira à noite é uma benção.
O duro agora será lidar com vontade de ir atrás de uma máquina de fazer pão.
domingo, outubro 07, 2007
MEME
Quem me botou nessa fria foi a Kika, que mal voltou a blogar e já está tentando por blogosfera para trabalhar, mas não tem problema não, o mundo gira e a Lusitana roda.
Como não posso ignorar um pedido de uma amiga, essa coisa de meme funciona assim:
1ª) Pegar um livro próximo (PRÓXIMO, não procure);
2ª) Abra-o na página 161;
3ª) Procurar a 5ª frase completa;
4ª) Postar essa frase em seu blog;
5ª) Não escolher a melhor frase nem o melhor livro;
6ª) Repassar para outros 5 blogs.
Perto mesmo esta semana está Herman Melville e seu atormentado Capitão Ahab . Eis a quinta frase:
E tão imbuído de pensamento estava Ahab, que a cada volta invariável que fazia, ora junto ao mastro grande, ora junto à bitácula, quase se podi ver que o pensamento virava nele quando ele virava e caminhava, dominando-o tão completamente, em verdade que parecia o molde inteiror de cada movimento externo.
Agora, não me dão outra opção a não ser passar a batata quente para o Nemerson, a Gusta, o Soube, o Aluísio e a Santa.
Como não posso ignorar um pedido de uma amiga, essa coisa de meme funciona assim:
1ª) Pegar um livro próximo (PRÓXIMO, não procure);
2ª) Abra-o na página 161;
3ª) Procurar a 5ª frase completa;
4ª) Postar essa frase em seu blog;
5ª) Não escolher a melhor frase nem o melhor livro;
6ª) Repassar para outros 5 blogs.
Perto mesmo esta semana está Herman Melville e seu atormentado Capitão Ahab . Eis a quinta frase:
E tão imbuído de pensamento estava Ahab, que a cada volta invariável que fazia, ora junto ao mastro grande, ora junto à bitácula, quase se podi ver que o pensamento virava nele quando ele virava e caminhava, dominando-o tão completamente, em verdade que parecia o molde inteiror de cada movimento externo.
Agora, não me dão outra opção a não ser passar a batata quente para o Nemerson, a Gusta, o Soube, o Aluísio e a Santa.
terça-feira, outubro 02, 2007
O IMPORTANTE É A CERTEZA DE TER TENTADO
Mais uma vez, a enésima desde que tudo começou, as coisas voltam à estaca zero. Mais uma vez, minhas filhotas vão pagar pela estupidez da mãe. Mais uma vez, ao me comprometer em acabar com o sofrimento imposto a tantos, vejo a inutilidade do esforço.
O duro é começar a acreditar que a vida se resume a uma procissão de decepções, onde cada passo conquistado exige o abandono de determinados valores e quando não cedemos aquele último centimetro que diferencia o homem do rato tudo desmorona.
Mas de que adianta ser um homem sem princípios, sem consciência, sem valores?
Confesso que é duro, solitário e dói muito, mas nada disto consegue superar a tranquilidade que a certeza de de ter tentado tudo traz.
Nada é maneira de dizer, ainda tem a saudade da Sra. Johnson.
O duro é começar a acreditar que a vida se resume a uma procissão de decepções, onde cada passo conquistado exige o abandono de determinados valores e quando não cedemos aquele último centimetro que diferencia o homem do rato tudo desmorona.
Mas de que adianta ser um homem sem princípios, sem consciência, sem valores?
Confesso que é duro, solitário e dói muito, mas nada disto consegue superar a tranquilidade que a certeza de de ter tentado tudo traz.
Nada é maneira de dizer, ainda tem a saudade da Sra. Johnson.
segunda-feira, outubro 01, 2007
PARABÉNS BONEQUINHA
Interrompo a rotina diária para dar os parabens à minha bonequinha mais velha. Que, por seu esforço, viu 5 de suas notas no boletim melhorarem do bimestre passado para este.
Claro que ela teve ajuda, e todos tem sua parcela nos parabéns, mas não fosse a mudança em seu comportamento e seu real comprometimento em aprender, nossos esforços teriam sido em vão.
Parabéns Mandioca, papai sempre acreditou em você!!!!
Claro que ela teve ajuda, e todos tem sua parcela nos parabéns, mas não fosse a mudança em seu comportamento e seu real comprometimento em aprender, nossos esforços teriam sido em vão.
Parabéns Mandioca, papai sempre acreditou em você!!!!
AMOR INCONDICIONAL
Esta veio de uma amiga que, encantada com a estória, me repassou o caso de outra amiga.
Pois a protagonista, em uma daquelas reuniões de ex-alunos de faculdade, ao contar a seus colegas sobre sua separação recebe com surpresa a notícia de uma admirador dos tempos de estudante.
O rapaz, agora homem feito, passou quase 20 anos à espera dela, acompanhando cada passo de sua vida, em uma busca por informações que guardava como um diário não autorizado. A frustração, ficava a cargo de descobrir um endereço logo após sua mudança ou um emprego que ela já havia deixado. Por respeito, afinal era uma mulher casada, nunca revelara nada a ninguém mas, já que o marido se fora, ele acreditava ter chegado a hora.
Pois chegou sim, os dois estão juntos e, ao que tudo indica, felizes. O diário agora fala de duas vidas e sua redação é feita a quatro mãos, numa prova que o amor não está onde procuramos, mas vem de encontro com nossa vida.
Talvez o segredo seja parar de procurar deixar ele vir...
Pois a protagonista, em uma daquelas reuniões de ex-alunos de faculdade, ao contar a seus colegas sobre sua separação recebe com surpresa a notícia de uma admirador dos tempos de estudante.
O rapaz, agora homem feito, passou quase 20 anos à espera dela, acompanhando cada passo de sua vida, em uma busca por informações que guardava como um diário não autorizado. A frustração, ficava a cargo de descobrir um endereço logo após sua mudança ou um emprego que ela já havia deixado. Por respeito, afinal era uma mulher casada, nunca revelara nada a ninguém mas, já que o marido se fora, ele acreditava ter chegado a hora.
Pois chegou sim, os dois estão juntos e, ao que tudo indica, felizes. O diário agora fala de duas vidas e sua redação é feita a quatro mãos, numa prova que o amor não está onde procuramos, mas vem de encontro com nossa vida.
Talvez o segredo seja parar de procurar deixar ele vir...
sexta-feira, setembro 28, 2007
MEMÓRIAS DO CÁRCERE 1
Foi num domingo. Naquele que deveria ser talvez o mais importante domingo do ano, mas por outros motivos.
Chego perto do carro, olhando direto para os policiais que aguardavam, sabendo não ser a melhor decisão. Mas que diabo, já estava foragido havia 2 meses. O tormento, que segundo meus advogados resolveria-se rápidamente, começava a me cansar. Era hora de saber o que era uma cadeia e acabar com tudo.
E assim eu fui preso. Demorei a contar esta estória, não por mim, pois aqui é onde expurgo meus demônios, refletindo sobre a vida. Mas por aqueles que sofreram junto comigo esta situação bizarra, fruto de mentes doentes, cuja visão de curto prazo e falta de bom senso, só produzem tristeza. Hoje, face às consequências e renúncias, tenho o direito de ser um pouco egoísta.
Ficam várias lições, mas a primeira é a do impacto. Todos sentem, uns mais, outros menos. Uns assimilam e seguem em frente, outros sentem o golpe e caem, mas todos à nossa volta, sem excessões, sentem.
Naquele domingo de tempo esquisito, passei o dia numa delegacia, a noite numa cela sozinho, lendo McLuhan e o impacto das novas mídias, numa cena surreal, produzida por uma das coisas que o Brasil tem de pior. O poder judiciário.
Hoje vou ficar por aqui. Esta estória é longa, pois nas 32 horas de cárcere, encontrei tipos incrívies, estórias absurdas e um sistema que remete o Brasil para a idade média onde a justiça e a vingança confundiam-se e aos pobres suditos só restava a opção de se curvar a seu déspota de plantão.
Hoje a diferença é que o déspota senta-se numa Vara de família, não num trono.
Chego perto do carro, olhando direto para os policiais que aguardavam, sabendo não ser a melhor decisão. Mas que diabo, já estava foragido havia 2 meses. O tormento, que segundo meus advogados resolveria-se rápidamente, começava a me cansar. Era hora de saber o que era uma cadeia e acabar com tudo.
E assim eu fui preso. Demorei a contar esta estória, não por mim, pois aqui é onde expurgo meus demônios, refletindo sobre a vida. Mas por aqueles que sofreram junto comigo esta situação bizarra, fruto de mentes doentes, cuja visão de curto prazo e falta de bom senso, só produzem tristeza. Hoje, face às consequências e renúncias, tenho o direito de ser um pouco egoísta.
Ficam várias lições, mas a primeira é a do impacto. Todos sentem, uns mais, outros menos. Uns assimilam e seguem em frente, outros sentem o golpe e caem, mas todos à nossa volta, sem excessões, sentem.
Naquele domingo de tempo esquisito, passei o dia numa delegacia, a noite numa cela sozinho, lendo McLuhan e o impacto das novas mídias, numa cena surreal, produzida por uma das coisas que o Brasil tem de pior. O poder judiciário.
Hoje vou ficar por aqui. Esta estória é longa, pois nas 32 horas de cárcere, encontrei tipos incrívies, estórias absurdas e um sistema que remete o Brasil para a idade média onde a justiça e a vingança confundiam-se e aos pobres suditos só restava a opção de se curvar a seu déspota de plantão.
Hoje a diferença é que o déspota senta-se numa Vara de família, não num trono.
sexta-feira, setembro 21, 2007
ON THE ROAD AGAIN
De nada adiantam planos, boas intenções, dedicação, compatilhar, dividir, crescer e blá, blá, blá...
Quando não é para acontecer, não é para acontecer e pronto. Quem somos nós para desafiar o destino e sair por aí exercendo nosso livre arbítrio, mudando o rumo das coisas.
Foi assim com Jeremiah Johnson no passado, que ousou desafiar a montanha e perdeu sua família. Aconteceu de novo aqui, fazendo da futura Sra. Johnson uma lembrança doce de que a vida vale a pena.
Aprendi com meus erros e acertos que não existem certos ou errados, vidas caminham para algum lugar, às vezes seus caminhos coincidem por 14 anos, às vezes por 1 ano e 9 meses e os casais se formam, famílias nascem e tudo floresce.
Às vezes, como nos ipês em setembro, a florada é exuberante e bela, mas tem curta duração. Outras como um pequeno jardim que floresce em um canto a cada dia, sem alarde, a vida adquire um colorido mais discreto, porém mais longo.
Meu ipê secou, parto novamente em busca de novas paragens, no mesmo ponto em que comecei há exatos 2 anos atrás quando saí de casa pela primeira vez. Ironico ou não parece ser este o desafio que vai pautar a jornada.
O duro mesmo é encarar o caminho sozinho de novo.
Quando não é para acontecer, não é para acontecer e pronto. Quem somos nós para desafiar o destino e sair por aí exercendo nosso livre arbítrio, mudando o rumo das coisas.
Foi assim com Jeremiah Johnson no passado, que ousou desafiar a montanha e perdeu sua família. Aconteceu de novo aqui, fazendo da futura Sra. Johnson uma lembrança doce de que a vida vale a pena.
Aprendi com meus erros e acertos que não existem certos ou errados, vidas caminham para algum lugar, às vezes seus caminhos coincidem por 14 anos, às vezes por 1 ano e 9 meses e os casais se formam, famílias nascem e tudo floresce.
Às vezes, como nos ipês em setembro, a florada é exuberante e bela, mas tem curta duração. Outras como um pequeno jardim que floresce em um canto a cada dia, sem alarde, a vida adquire um colorido mais discreto, porém mais longo.
Meu ipê secou, parto novamente em busca de novas paragens, no mesmo ponto em que comecei há exatos 2 anos atrás quando saí de casa pela primeira vez. Ironico ou não parece ser este o desafio que vai pautar a jornada.
O duro mesmo é encarar o caminho sozinho de novo.
segunda-feira, junho 11, 2007
CANSADINHAS
Depois de quatro longos dias, num feriadão há muito merecido, entreguei as pimpolhas em casa com um sentimento de missão cumprida.
Havia decidido passar neste quatro dias o maior tempo possível junto delas, sacrificando um pouco o tempo com a futura Sra. Johnson que, ainda bem estava tão cheia de trabalho que não se importou tanto.
Mas o que importa foi levar duas baixinhas completamente exaustas, de tanto brincar, e felizes para casa. Passeios de bicicleta, cozinhar juntos, visita da amiguinha e até bancar o cabelereiro caseiro fizeram o feriado uma grande brincadeira e ficar em São Paulo no feriado foi uma delícia.
Deu trabalho, confesso, mas é aquela estória do momento Mastercard, não tem preço. Em julho faço de novo, só para ver aqueles olhinhos brilhando novamente.
Agora, com dia 12 chegando aí, começam os planos para compensar a futura Sra. Johnson pela ausência. Pelo menos este ano presente já está aguardando no armário.
Havia decidido passar neste quatro dias o maior tempo possível junto delas, sacrificando um pouco o tempo com a futura Sra. Johnson que, ainda bem estava tão cheia de trabalho que não se importou tanto.
Mas o que importa foi levar duas baixinhas completamente exaustas, de tanto brincar, e felizes para casa. Passeios de bicicleta, cozinhar juntos, visita da amiguinha e até bancar o cabelereiro caseiro fizeram o feriado uma grande brincadeira e ficar em São Paulo no feriado foi uma delícia.
Deu trabalho, confesso, mas é aquela estória do momento Mastercard, não tem preço. Em julho faço de novo, só para ver aqueles olhinhos brilhando novamente.
Agora, com dia 12 chegando aí, começam os planos para compensar a futura Sra. Johnson pela ausência. Pelo menos este ano presente já está aguardando no armário.
quarta-feira, junho 06, 2007
LEMBRANDO UM BEIJO
Todos têm alguns momentos na vida que valem a pena ser lembrados de vez em quando. Do nada, no meio de uma conversa ou passando por algum lugar, voltamos no tempo e presenciamos tudo de novo, o que sentíamos, a sequência dos fatos, os aromas, tudo. É como se pudéssemos voltar um DVD para rever uma cena.
Mas não adianta forçar, a experiência só é completa se vem espontaneamente.
Neste domingo, num daqueles momentos preguiça com a futura Sra. Johnson, em baixo do cobertor tentando assistir o Discovery Channel, começamos a lembrar como nos conhecemos (que contei aqui), voltando a alguns detalhes e curtindo uma parte linda de nossa estória.
Aí, mais uma vez voltam os momentos de nosso primeiro beijo, algo que aconteceu meio de surpresa, no carro, num momento em que o tempo jogava contra pois deveria embarcar para uma viagem de 4 dias.
Muitos beijos vieram depois deste, uns mais quentes, outros mais demorados ou mais apaixonados, mas nenhum será tão lembrado nos mínimo detalhes, dos olhos fechados, dos lábios quentes e macios, do perfume doce e aquela sensação gostosa de enfim chegado algo tão desejado.
Lembro também que fiquei parado no meio da rua feito bobo enquanto o caro dela se afastava, a buzina de um apressadinho precisou me lembrar de voltar para meu carro, voar para casa pegar a mala e ir ao aeroporto. Mas isso é só um detalhe.
Pois aquele beijo não vai se apagar nunca.
Mas não adianta forçar, a experiência só é completa se vem espontaneamente.
Neste domingo, num daqueles momentos preguiça com a futura Sra. Johnson, em baixo do cobertor tentando assistir o Discovery Channel, começamos a lembrar como nos conhecemos (que contei aqui), voltando a alguns detalhes e curtindo uma parte linda de nossa estória.
Aí, mais uma vez voltam os momentos de nosso primeiro beijo, algo que aconteceu meio de surpresa, no carro, num momento em que o tempo jogava contra pois deveria embarcar para uma viagem de 4 dias.
Muitos beijos vieram depois deste, uns mais quentes, outros mais demorados ou mais apaixonados, mas nenhum será tão lembrado nos mínimo detalhes, dos olhos fechados, dos lábios quentes e macios, do perfume doce e aquela sensação gostosa de enfim chegado algo tão desejado.
Lembro também que fiquei parado no meio da rua feito bobo enquanto o caro dela se afastava, a buzina de um apressadinho precisou me lembrar de voltar para meu carro, voar para casa pegar a mala e ir ao aeroporto. Mas isso é só um detalhe.
Pois aquele beijo não vai se apagar nunca.
domingo, junho 03, 2007
O QUE VOCÊ VAI DEIXAR?
Voltando para casa após um belo domingo ao lado da futura Sra. Johnson, ouvindo uma entrevista na CBN, veio um assunto que confesso me vir à mente ocasionalmente há muito tempo.
Uma vez, assitindo a um enlatado americano, vejo uma batalha jurídica ser resolvida com o seguinte argumento: "é essa estória que você vai deixar para seu filho?". A disputa, sobre algum assunto ridículo, foi encerrada e o filme acabou bem. Mas a pergunta sempre ficou na minha cabeça.
A entrevista corria neste paralelo, estamos tão atordoados tentando cumprir algum objetivo que esquecemos de construir uma biografia. Construímos Currículos.
Diga caro(a) leitor(a), o que você está construindo? O que vai ficar quando tudo acabar, qual será sua história?
Ele pagou todas contas em dia? Trabalhou 35 anos sem nunca deixar de cumprir um cota de vendas?
Meu último post falava de uma jornada, sentia que minha vida estava passando sem que pudesse aproveitar o melhor dela, completei 42 anos este mês meio desanimado por olhar para trás e ver que muito se passou, muito rápido. Hoje, pensando nisso, depois de encontrar algumas pessoas que queriam me conhecer, pois parece que o assunto predileto de minhas filhotas tem sido o pai e as coisas que fazem junto, penso nos 42 anos de vida pela frente e o que farei com eles, com a diferença de saber muito mais.
Só faltava tomar a decisão de construir uma biografia, com estórias de realizações pessoais, de deixar marcas positivas na vidas de outros, de contribuição para a família, para a sociedade, para o futuro.
Quando eu me for, não quero ser lembrado, mas quero deixar o mundo um pouquinho melhor por eu ter estado nele.
Uma vez, assitindo a um enlatado americano, vejo uma batalha jurídica ser resolvida com o seguinte argumento: "é essa estória que você vai deixar para seu filho?". A disputa, sobre algum assunto ridículo, foi encerrada e o filme acabou bem. Mas a pergunta sempre ficou na minha cabeça.
A entrevista corria neste paralelo, estamos tão atordoados tentando cumprir algum objetivo que esquecemos de construir uma biografia. Construímos Currículos.
Diga caro(a) leitor(a), o que você está construindo? O que vai ficar quando tudo acabar, qual será sua história?
Ele pagou todas contas em dia? Trabalhou 35 anos sem nunca deixar de cumprir um cota de vendas?
Meu último post falava de uma jornada, sentia que minha vida estava passando sem que pudesse aproveitar o melhor dela, completei 42 anos este mês meio desanimado por olhar para trás e ver que muito se passou, muito rápido. Hoje, pensando nisso, depois de encontrar algumas pessoas que queriam me conhecer, pois parece que o assunto predileto de minhas filhotas tem sido o pai e as coisas que fazem junto, penso nos 42 anos de vida pela frente e o que farei com eles, com a diferença de saber muito mais.
Só faltava tomar a decisão de construir uma biografia, com estórias de realizações pessoais, de deixar marcas positivas na vidas de outros, de contribuição para a família, para a sociedade, para o futuro.
Quando eu me for, não quero ser lembrado, mas quero deixar o mundo um pouquinho melhor por eu ter estado nele.
quarta-feira, maio 02, 2007
O QUE VALE É A JORNADA
Nestes dias chuvosos de fim de verão, o cinema é sempre uma opção. As meninas com a mãe o resto da família (pais, irmã, sobrinhos) espalhada, sem condições de se reunir, são condições ideais para encontrar a futura Sra. Johnson e fugir para namorar no escurinho na tarde de domingo.
A última escolha, enquanto aguardamos a estréia do Homem Aranha ou dos Piratas do Caribe, foi um filme leve. Um Road Movie - comédia sobre quatro cinquentões que resolvem brincar de easy rider, atravessando os EUA em suas Harley-Davidsons. A crítica, como sempre, detestou. Sinal de filme bom, pois eu e a crítica, definitivamente, não falamos a mesma língua.
O filme é ótimo, leve, engraçado, bem feito, com sacadas geniais e personagens pitorescos dos realitys shows da tv a cabo. Vá ver caro(a) leitor(a).
Mas o que me traz aqui, não é bancar o crítico de arte. Este feriado, em viagem para o sítio, pego quase 700 km de estrada, assisto o desenho Carros, que as meninas adoram, e começo então a fazer aquelas associações que só são possíveis em momentos de extremo ócio.
A vida é engraçada, vivemos tão focados em nossos objetivos, tão ansiosos para chegar lá, que esquecemos que não estamos aqui pelo destino, e sim pela jornada. Afinal nossa vida é a jornada, o destino final já sabemos e procuramos retardá-lo o máximo possível.
Em algum momento, lá atrás, nossa visão se foca no futuro. Estabelecemos metas para nossa vida e passamos a perseguí-las como se fossem a coisa mais importante. Alguns querem o sucesso profissional a qualquer custo, outros buscam a beleza, um casamento, uma condição de vida. Enfim traçam uma linha de chegada para suas corridas e saem em disparada.
O que aconteceu com a jornada? O que aconteceu com as paradas na estrada ou a paisagem?
Parado no meio da estrada, aproveitando o almoço, comprando uma peça de artesanato para o aniversário da comadre, percebo que a pressa de chegar pode nos levar a, um dia, sentar com toda a calma e perguntar: Como foi que vim parar aqui? Que diabos fiz da minha vida que passou tão de pressa?
Daí, não vai adiantar mais tentar recuperar o tempo perdido...
A última escolha, enquanto aguardamos a estréia do Homem Aranha ou dos Piratas do Caribe, foi um filme leve. Um Road Movie - comédia sobre quatro cinquentões que resolvem brincar de easy rider, atravessando os EUA em suas Harley-Davidsons. A crítica, como sempre, detestou. Sinal de filme bom, pois eu e a crítica, definitivamente, não falamos a mesma língua.
O filme é ótimo, leve, engraçado, bem feito, com sacadas geniais e personagens pitorescos dos realitys shows da tv a cabo. Vá ver caro(a) leitor(a).
Mas o que me traz aqui, não é bancar o crítico de arte. Este feriado, em viagem para o sítio, pego quase 700 km de estrada, assisto o desenho Carros, que as meninas adoram, e começo então a fazer aquelas associações que só são possíveis em momentos de extremo ócio.
A vida é engraçada, vivemos tão focados em nossos objetivos, tão ansiosos para chegar lá, que esquecemos que não estamos aqui pelo destino, e sim pela jornada. Afinal nossa vida é a jornada, o destino final já sabemos e procuramos retardá-lo o máximo possível.
Em algum momento, lá atrás, nossa visão se foca no futuro. Estabelecemos metas para nossa vida e passamos a perseguí-las como se fossem a coisa mais importante. Alguns querem o sucesso profissional a qualquer custo, outros buscam a beleza, um casamento, uma condição de vida. Enfim traçam uma linha de chegada para suas corridas e saem em disparada.
O que aconteceu com a jornada? O que aconteceu com as paradas na estrada ou a paisagem?
Parado no meio da estrada, aproveitando o almoço, comprando uma peça de artesanato para o aniversário da comadre, percebo que a pressa de chegar pode nos levar a, um dia, sentar com toda a calma e perguntar: Como foi que vim parar aqui? Que diabos fiz da minha vida que passou tão de pressa?
Daí, não vai adiantar mais tentar recuperar o tempo perdido...
quarta-feira, abril 18, 2007
ORGULHOSO MESMO
Estou em extase há três dias. Curtindo uma de papai babão, na boa, sem complexo, a ponto de mimar muito minhas bonequinhas.
Pois quase ao final de uma visita onde a as duas vieram decididas a testar todos os limites de minha paciência, a Mandioca surgiu com a necessidade de uma pesquisa sobre índios. Queria, após o almoço de domingo, que eu buscasse na Internet o material necessário e imprimisse para ela.
Nestas horas assume a personagem do professor e após uma preleção sobre a metodologia de pesquisa, definimos que a pesquisa seria sobre música de diversas tribos indíginas de vários continentes.
Não pergunte como caro(a) leitor(a), mas a verdade é que tenho no computador todo este material e, para ajudar a criança, consegui que ela tivesse a brilhante idéia de aproveitar esse material.
Gravamos um CD e lá fomos nós para casa (delas) ouvindo as diversas tribos e conversando sobre os diferentes instrumentos, tipos de música, cantos, títulos das músicas e etc.
Mais tarde, recebi cerca de uma dúzia de ligações com pequenas dúvidas dela enquanto preparava seu material de apresentação. Todas respondidas com o máximo de cuidado para que não perdesse nenhum detalhe.
Na segunda, de acordo com o relato dela, a professora avisou-a antes do recreio que sua nota provavelmente seria F (fraco), pois não havia levado o material escrito, evidenciando uma tarefa não cumprida.
Terminado o recreio, minha bonequinha vai à lousa e faz sua apresentação, apresentando as músicas, falando dos continentes, das diferenças de instrumentos e tipos de músicas, fazendo comentários sobre o desenvolvimento em que aquelas tribos se encontravam, navegando pelas 24 músicas de aborígenes, zulus, incas, navajos, sioux, apaches e muitos outros.
Resultado?
Tenho de gravar um CD igual para a professora, a gatinha levou um B (bom) com louvor em história, vai receber um incremento em geografia e música por trazer o material juntando os dois conhecimentos e está feliz da vida com seu trabalho. Descobriu que pesquisar pode ser legal e que a apresentação não precisa ser só no papel. Enfim um progresso espantoso.
O pai?
Esse está se controlando para não chorar.
Pois quase ao final de uma visita onde a as duas vieram decididas a testar todos os limites de minha paciência, a Mandioca surgiu com a necessidade de uma pesquisa sobre índios. Queria, após o almoço de domingo, que eu buscasse na Internet o material necessário e imprimisse para ela.
Nestas horas assume a personagem do professor e após uma preleção sobre a metodologia de pesquisa, definimos que a pesquisa seria sobre música de diversas tribos indíginas de vários continentes.
Não pergunte como caro(a) leitor(a), mas a verdade é que tenho no computador todo este material e, para ajudar a criança, consegui que ela tivesse a brilhante idéia de aproveitar esse material.
Gravamos um CD e lá fomos nós para casa (delas) ouvindo as diversas tribos e conversando sobre os diferentes instrumentos, tipos de música, cantos, títulos das músicas e etc.
Mais tarde, recebi cerca de uma dúzia de ligações com pequenas dúvidas dela enquanto preparava seu material de apresentação. Todas respondidas com o máximo de cuidado para que não perdesse nenhum detalhe.
Na segunda, de acordo com o relato dela, a professora avisou-a antes do recreio que sua nota provavelmente seria F (fraco), pois não havia levado o material escrito, evidenciando uma tarefa não cumprida.
Terminado o recreio, minha bonequinha vai à lousa e faz sua apresentação, apresentando as músicas, falando dos continentes, das diferenças de instrumentos e tipos de músicas, fazendo comentários sobre o desenvolvimento em que aquelas tribos se encontravam, navegando pelas 24 músicas de aborígenes, zulus, incas, navajos, sioux, apaches e muitos outros.
Resultado?
Tenho de gravar um CD igual para a professora, a gatinha levou um B (bom) com louvor em história, vai receber um incremento em geografia e música por trazer o material juntando os dois conhecimentos e está feliz da vida com seu trabalho. Descobriu que pesquisar pode ser legal e que a apresentação não precisa ser só no papel. Enfim um progresso espantoso.
O pai?
Esse está se controlando para não chorar.
sábado, abril 14, 2007
FAMILIA
"Familia é muito bom, pena que dura tanto."
Quando assisto algum filme sobre o feriado do dia de ação de graças e os conflitos familiares que duram décadas, fico com essa frase na cabeça.
Não por algum problema insolúvel em casa, ou por enfrentar situações tão extremas quanto às exageradamente retratadas na tela. Mas é uma daquelas reflexões que surgem durante uma crise ou outra, causadas por um motivozinho banal, que faz aflorar o pior de nós momentâneamente.
Seja por estar atravessando um período difícil, pelo cansaço acumulado nas pequenas coisinhas diárias ou um repente descontrolado, a verdade é que o ser humano tem um extenso histórico de dizer a coisa errada, na hora errada, para a pessoa errada. Criando um círculo que, ao invés de solucionar algo, apenas passa a bola para o outro lado da quadra. Construindo a ocasião em que um novo repente, agora da parte de quem recebeu a carga, irá devolver a bola tão quadrada e indigesta como foi enviada.
O(a) caro(a) leitor(a) não precisa se preocupar, não tenho nada tão específico a relatar, a maré, pelo menos em casa tem sido tranquila. Mas, num dia em que tive de enfrentar a coordenadora da escola e as crianças decidiram testar todos os limites possíveis da paciência do pai. Esses pensamentos acabam aflorando, ajudando até a manutenção do auto-controle.
Ainda bem que são quase duas da manhã e uma boa noite de sono (para os três é claro), porá tudo em seu devido lugar.
Amanhã elas se acalmam e eu posso curtir, na boa, a visita das minhas princesas.
Quando assisto algum filme sobre o feriado do dia de ação de graças e os conflitos familiares que duram décadas, fico com essa frase na cabeça.
Não por algum problema insolúvel em casa, ou por enfrentar situações tão extremas quanto às exageradamente retratadas na tela. Mas é uma daquelas reflexões que surgem durante uma crise ou outra, causadas por um motivozinho banal, que faz aflorar o pior de nós momentâneamente.
Seja por estar atravessando um período difícil, pelo cansaço acumulado nas pequenas coisinhas diárias ou um repente descontrolado, a verdade é que o ser humano tem um extenso histórico de dizer a coisa errada, na hora errada, para a pessoa errada. Criando um círculo que, ao invés de solucionar algo, apenas passa a bola para o outro lado da quadra. Construindo a ocasião em que um novo repente, agora da parte de quem recebeu a carga, irá devolver a bola tão quadrada e indigesta como foi enviada.
O(a) caro(a) leitor(a) não precisa se preocupar, não tenho nada tão específico a relatar, a maré, pelo menos em casa tem sido tranquila. Mas, num dia em que tive de enfrentar a coordenadora da escola e as crianças decidiram testar todos os limites possíveis da paciência do pai. Esses pensamentos acabam aflorando, ajudando até a manutenção do auto-controle.
Ainda bem que são quase duas da manhã e uma boa noite de sono (para os três é claro), porá tudo em seu devido lugar.
Amanhã elas se acalmam e eu posso curtir, na boa, a visita das minhas princesas.
sexta-feira, abril 06, 2007
MENSAGEM DE PÁSCOA
Depois de meses enfrentando toda sorte de pessoas, transitando pelos porões onde a justiça é destroçada. Vendo pessoas, por puro egoísmo, ser motivo de tanta tristeza e problemas.
Gente, para quem valores cristãos são vendidos em papéis multicoloridos nos hipermercados, cujas consciências procuram pela satisfação material. Só consigo dizer uma coisa...
Feliz Pácoa.
Gente, para quem valores cristãos são vendidos em papéis multicoloridos nos hipermercados, cujas consciências procuram pela satisfação material. Só consigo dizer uma coisa...
Feliz Pácoa.
segunda-feira, abril 02, 2007
Preparando minha baixinha
Sabemos que semana de provas é um stress corriqueiro na vida de nossos filhos. Durante todo ensino básico e universitário temos de enfrentar aquele período de reclusão e estudo dos pimpolhos sem nos abalar e ainda dar uma confiançazinha de leve.
Falar é fácil para caramba, agora passar por isto não é tanto. Peincipalmente se, como no meu caso, é a semana de prova de estréia. Caso da minha Mandioca que, na terceira série, vai enfrentar a sua primeira bateria de avaliações.
Como qualquer pai coruja, não tenho a menor dúvida que minha princesa é mais do que qualificada. Tenho aquela certeza paterna que minha bonequinha é muito mais linda e inteligente que qualquer outra criança do mundo, igualada apenas pela irmã que é, ainda na minha modesta opinião, outra benção para a humanidade.
Mas, voltando à realidade, sei que minha bonequinha não é das crianças mais concentradas, certamente ela tem problemas bem mais importantes que as 4 operações, ou a taboada do 5 para ocupar sua mente. Coisas como as múscas que carreguei em seu I-pod (coisa que valerá um post em breve), a próxima apresentação do coral, se eu liguei para a professora de religião para pegar uma lista de livros que ela recomendou e etc.
Então resolvi fazer um simulado para prepará-la para amanhã, pois teremos prova das 4 operações, até a taboada do 5. Após a igreja, deixamos a Peteleca com a uma amiguinha, almoço rápido, e vamos todos para casa. A futura Sra. Johnson com um pacote de trabalho e eu para montar uma provinha de 15 questões para minha princesinha.
O saldo foi ultra-mega-blaster positivo, 14 acertos, sem medir tempo é claro, pois ela, como sempre, foi absolutamente dispersa. Mas a verdade é que ela sabe, esabe muito. O problema é organização, disciplina, concentração, mas isso faz tempo que eu sei que ela precisa aprender (assim como eu também preciso).
O bom é que é bem mais fácil que matemática.
Falar é fácil para caramba, agora passar por isto não é tanto. Peincipalmente se, como no meu caso, é a semana de prova de estréia. Caso da minha Mandioca que, na terceira série, vai enfrentar a sua primeira bateria de avaliações.
Como qualquer pai coruja, não tenho a menor dúvida que minha princesa é mais do que qualificada. Tenho aquela certeza paterna que minha bonequinha é muito mais linda e inteligente que qualquer outra criança do mundo, igualada apenas pela irmã que é, ainda na minha modesta opinião, outra benção para a humanidade.
Mas, voltando à realidade, sei que minha bonequinha não é das crianças mais concentradas, certamente ela tem problemas bem mais importantes que as 4 operações, ou a taboada do 5 para ocupar sua mente. Coisas como as múscas que carreguei em seu I-pod (coisa que valerá um post em breve), a próxima apresentação do coral, se eu liguei para a professora de religião para pegar uma lista de livros que ela recomendou e etc.
Então resolvi fazer um simulado para prepará-la para amanhã, pois teremos prova das 4 operações, até a taboada do 5. Após a igreja, deixamos a Peteleca com a uma amiguinha, almoço rápido, e vamos todos para casa. A futura Sra. Johnson com um pacote de trabalho e eu para montar uma provinha de 15 questões para minha princesinha.
O saldo foi ultra-mega-blaster positivo, 14 acertos, sem medir tempo é claro, pois ela, como sempre, foi absolutamente dispersa. Mas a verdade é que ela sabe, esabe muito. O problema é organização, disciplina, concentração, mas isso faz tempo que eu sei que ela precisa aprender (assim como eu também preciso).
O bom é que é bem mais fácil que matemática.
quarta-feira, março 28, 2007
PEQUENOS PRAZERES
Cansei caro(a) leitor(a), depois de um ano e tanto de brigas, dificuldades financeiras, fóruns, processos e um sem número de chateações cotidianas, eu definitivamente cansei.
Sei que isso é um daqueles momentos de desabafo, com uma ou duas notícias boas ou um tempinho com minhas princesas, tudo volta ao normal. Mas, já que em tempos de governo Lulla não dá para garantir as boas notícias, tratei de me preparar para o fim de semana com minhas bonequinhas.
Pois há muito que pediam para assistir o filme Twister, algo a ver com uma atração da Disney, e eu não curtia muito a idéia (coisa de quem já passou uma noite escondido de um tornado em Kansas City). Pois decidi passar na 2001 video para faqzer um agrado às bonecas e garantir alguns dias de diversão de baixo custo.
Entre vários filmes em promoção, coisa de R$ 19,00, resistindo para não torrar uma grana preta, um dilema. Twister, edição do colecionador, ou, por pouco coisa a mais, Gostbusters 1 e 2.
Lembro-me até hoje do lançamento do primeiro Gostbusters, estava morando na Baía de Tampa e ia ao cinema quase todos os finais de semana. Gostei tanto que até comprei o LP com a trilha sonora.
Bem, passado o momento nostalgia, decidi que, se vou ficar relembrando o tempo que morava nos EUA, que comecemos pela parte boa.
Tenho certeza que um fantasma gosmento verde ou um monstro gigante de marshmallow são bem mais legais que aquela ventania toda.
domingo, março 25, 2007
CONHECENDO A SRA. JOHNSON
Atendendo o pedido de um(a) leitor(a) - sim caro(a) leitor(a), eu atendo alguns pedidos. Não publicarei vídeos como a Frau V. gostaria mas, na medida do possível, atendo pedidos - continuo a estória sobre a chegada da Sra. Johnson.
Após todo o acidente da Mandioca na escada e findo o culto na igreja, sou então interpelado por uma mulher linda, querendo saber como estava minha princesa. A princípio, como sempre, demorei a atinar que era a mesma pessoa que havia socorrido a menina ao pé da escada. Culpa de minha total falta de atenção aliada àqueles olhos azuis que embaralham a cabeça de qualquer mortal mínimamente sadio.
Respondidas as perguntas e sentindo a impaciência das pequenas querendo almoçar, despedi-me das poucas pessoas que conhecia e fui almoçar. Já com a intenção de, numa próxima oportunidade, conhecer melhor a moça. Sem, é claro, ter de esperar que a criança despencasse em outra escada.
Fomos então nos encontrando a cada domingo trocando algumas informações em meio àquelas conversas sociais de confraternização pós-culto. Nada ainda de telefones ou marcar encontro. Estavamos, ambos, sondando se o terreno era firme suficiente para o próximo passo.
Dezembro passou, cada um para seu lado. Final de ano, ela foi para a praia e eu fiquei em São Paulo para me torturar na São Silvestre e participar de uma quase tradicional festa na casa de amigos. Na verdade, descobri depois, um virou o ano pensando no outro. Era questão de tempo para algo acontecer.
Após todo o acidente da Mandioca na escada e findo o culto na igreja, sou então interpelado por uma mulher linda, querendo saber como estava minha princesa. A princípio, como sempre, demorei a atinar que era a mesma pessoa que havia socorrido a menina ao pé da escada. Culpa de minha total falta de atenção aliada àqueles olhos azuis que embaralham a cabeça de qualquer mortal mínimamente sadio.
Respondidas as perguntas e sentindo a impaciência das pequenas querendo almoçar, despedi-me das poucas pessoas que conhecia e fui almoçar. Já com a intenção de, numa próxima oportunidade, conhecer melhor a moça. Sem, é claro, ter de esperar que a criança despencasse em outra escada.
Fomos então nos encontrando a cada domingo trocando algumas informações em meio àquelas conversas sociais de confraternização pós-culto. Nada ainda de telefones ou marcar encontro. Estavamos, ambos, sondando se o terreno era firme suficiente para o próximo passo.
Dezembro passou, cada um para seu lado. Final de ano, ela foi para a praia e eu fiquei em São Paulo para me torturar na São Silvestre e participar de uma quase tradicional festa na casa de amigos. Na verdade, descobri depois, um virou o ano pensando no outro. Era questão de tempo para algo acontecer.
quinta-feira, março 22, 2007
PARABÉNS PARA VOCÊS
E o blog completa um ano de idade. No último dia 13 chegamos a 12 meses do dia em que publiquei meu primeiro texto (o de abertura no dia 3 não vale). Parabéns para todos, pois se não fossem pelos leitores e seus comentários, com certeza teria desistido.
Foi um ano de aprendizado e de decepções. Aprendi que nem todos reconhecem o que fazemos por eles, aprendi que a felicidade pode trazer a tristeza à reboque, aprendi que a mesquinhez é um parasita, daqueles que destroem seu hospedeiro, aprendi a não mais me importar com as pequenas coisas.
Não vou dizer que foi um ano perdido, pois no meio de tantas atribulações, como um presente de Deus, conheci meu grande amor, reencontrei meu caminho e minha fé, entreguei minha vida nas mãos do Senhor. Sofri, ou melhor, sofremos, mas estamos mais felizes, mais unidos, mais certos do que queremos para o futuro.
Mudei o nome, mudei o endereço e talvez mude até a aparência do blog, afinal o tom das postagens acompanha o humor do autor. Até inseri publicidade (pois se os leitores clicarem nos anúncios, já ajuda comprar as alianças).
Enfim a vida caminha para frente e graças a você caro(a) leitor(a), que perdoou minha ausência, a vontade de compartilhá-la voltou.
Mais uma vez parabéns aos leitores, amigos, familiares, filhotas e Sra. Johnson (futura). Pois sem vocês esse blog, e minha vida também, seriam chatos demais.
Foi um ano de aprendizado e de decepções. Aprendi que nem todos reconhecem o que fazemos por eles, aprendi que a felicidade pode trazer a tristeza à reboque, aprendi que a mesquinhez é um parasita, daqueles que destroem seu hospedeiro, aprendi a não mais me importar com as pequenas coisas.
Não vou dizer que foi um ano perdido, pois no meio de tantas atribulações, como um presente de Deus, conheci meu grande amor, reencontrei meu caminho e minha fé, entreguei minha vida nas mãos do Senhor. Sofri, ou melhor, sofremos, mas estamos mais felizes, mais unidos, mais certos do que queremos para o futuro.
Mudei o nome, mudei o endereço e talvez mude até a aparência do blog, afinal o tom das postagens acompanha o humor do autor. Até inseri publicidade (pois se os leitores clicarem nos anúncios, já ajuda comprar as alianças).
Enfim a vida caminha para frente e graças a você caro(a) leitor(a), que perdoou minha ausência, a vontade de compartilhá-la voltou.
Mais uma vez parabéns aos leitores, amigos, familiares, filhotas e Sra. Johnson (futura). Pois sem vocês esse blog, e minha vida também, seriam chatos demais.
segunda-feira, março 19, 2007
MOMENTO MASTERCARD
Mais um daqueles finais de semana memoráveis. Depois de uma correria louca que me fez passar 7 horas na estrada, só para poder ir e voltar sem perder mais de um dia com as filhotas, tivemos um domingo para não esquecer.
O coral da escola tinha uma apresentação muito importante, coisa de Ginásio do Ibirapuera cheio, presença de autoridades, ensaios constantes desde 1o. de fevereiro, um grande evento. Para a Mandioca, apesar de grande, não era a primeira apresentação, estava ansiosa como sempre, mas agia naturalmente. Para a Peteleca seria a primeira vez cantando em público.
Acordamos cedo, banho nas duas, roupinha branca e lá vou eu, no é o único momento que gostaria de ser pai de meninos, fazer o penteado que a professora sugeriu.
Na hora marcada, sob as instruções constantes das duas (que provavelmente me julgam incapaz de dirigir e encontrar uma vaga num estacionamento), chego ao ginásio e percebo a dimensão da coisa.
O evento era o início de um Mega campeonato de futebol de salão, onde pelo menos uns 7 mil, dos 50 mil participantes, iria desfilar na cerimônia de abertura. O coral iria cantar 3 músicas logo após o desfile dos meninos. E lá vou eu, com duas meninas vestidas de branco, naquele mar de meninos de uniformes coloridos procurar a entrada certa.
A organização está de parabéns, entrada encontrada, meninas reunidas, desfile realizado, autoridades discursadas, Hino Nacional cantado, tudo no horário. Chega a hora das meninas.
É nestas horas que a pessoa faz a diferença, a professora/maestrina, montou um repertório de musicas relacionadas ao futebol, abrindo com a musica "partida de futebol" do Skank, passando por um medley com os hinos dos grandes times e uma terceira que confesso não conhecer.
O que pensei ser um grande mico para as baixinhas foi um sucesso absoluto, o ginásio adorou, dançaram, fizeram a hola, aplaudiram a ponto da professora desisitir de falar algumas palavras e deixar a meninas cantar. Palavra de pai coruja, foi um arraso.
Terminada a apresentação, conseguimos sair rápido a ponto de ainda pegar a metade final do culto na igreja, surpreendendo a futura Sra. Johnson que não esperava nos encontrar por lá tão cedo.
Claro que tivemos de conviver com duas pequenas ultra excitadas pelo resto do dia, mas certas coisas, como diz a propaganda, não tem preço.
O coral da escola tinha uma apresentação muito importante, coisa de Ginásio do Ibirapuera cheio, presença de autoridades, ensaios constantes desde 1o. de fevereiro, um grande evento. Para a Mandioca, apesar de grande, não era a primeira apresentação, estava ansiosa como sempre, mas agia naturalmente. Para a Peteleca seria a primeira vez cantando em público.
Acordamos cedo, banho nas duas, roupinha branca e lá vou eu, no é o único momento que gostaria de ser pai de meninos, fazer o penteado que a professora sugeriu.
Na hora marcada, sob as instruções constantes das duas (que provavelmente me julgam incapaz de dirigir e encontrar uma vaga num estacionamento), chego ao ginásio e percebo a dimensão da coisa.
O evento era o início de um Mega campeonato de futebol de salão, onde pelo menos uns 7 mil, dos 50 mil participantes, iria desfilar na cerimônia de abertura. O coral iria cantar 3 músicas logo após o desfile dos meninos. E lá vou eu, com duas meninas vestidas de branco, naquele mar de meninos de uniformes coloridos procurar a entrada certa.
A organização está de parabéns, entrada encontrada, meninas reunidas, desfile realizado, autoridades discursadas, Hino Nacional cantado, tudo no horário. Chega a hora das meninas.
É nestas horas que a pessoa faz a diferença, a professora/maestrina, montou um repertório de musicas relacionadas ao futebol, abrindo com a musica "partida de futebol" do Skank, passando por um medley com os hinos dos grandes times e uma terceira que confesso não conhecer.
O que pensei ser um grande mico para as baixinhas foi um sucesso absoluto, o ginásio adorou, dançaram, fizeram a hola, aplaudiram a ponto da professora desisitir de falar algumas palavras e deixar a meninas cantar. Palavra de pai coruja, foi um arraso.
Terminada a apresentação, conseguimos sair rápido a ponto de ainda pegar a metade final do culto na igreja, surpreendendo a futura Sra. Johnson que não esperava nos encontrar por lá tão cedo.
Claro que tivemos de conviver com duas pequenas ultra excitadas pelo resto do dia, mas certas coisas, como diz a propaganda, não tem preço.
sexta-feira, março 16, 2007
CHEGADA INESPERADA
Uma das estórias que mais conto aos amigos e familiares, é a chegada da futura Sra. Johnson. Os motivos são inúmeros, o pouco tempo entre a separação e o início do namoro, a alteração radical de estilo de vida ou apenas para apresentá-la ao grupo de amigos e familiares.
A verdade é um pouco diferente, conto esta estória porque eu gosto, pois é uma estória bonita como nosso namoro, marcando o início de um relacionamento composto por coisas boas, como respeito, amor, comunhão, entrega e muito mais. Coisas que deixaram de existir em minha vida pregressa.
A estória começa como qualquer a outra, com um clima de falta de esperança de um casamento terminado, aquela solidão dos dias em que as filhotas não estão em casa, a saudade antecipada de quando temos de entregá-las de volta no domingo à tarde (dá até para por uma musica lenta de tema de fundo, um violino uma coisa assim).
Num repente tomei uma decisão adiada há muito tempo e, na volta da casa das crianças, parei na igreja para assistir ao culto. A experiência me deu força suficiente para continuar a semana e com a frequência assídua, o peso da separação começou a diminuir. Três meses depois, já com as crianças junto, aguardava a entrevista com o conselho da igreja para me tornar membro efetivo da congregação.
Estávamos no segundo andar do casarão, quando ouço um grande barulho seguido pelo inconfudível choro da Mandioca (sempre correndo ansiosa e distraída), que rolara escada abaixo. Sem demora acudi-a agradecendo a ajuda das pessoas ao pé da escada. Não passara de um grande susto
Só passadas as emoções daquela manhã, já na hora das despedidas, sou abordado por anjo de cabelos claros e olhos azuis peguntando como estava minha menininha.
E assim, sem nenhum polanejamento, fui para casa querendo saber mais daquela moça linda que, graças à falta de atenção da minha princesa e uma ajudinha divina, viria a ser a mulher da minha vida.
Mas esta já é outra estória, que vou contar aos poucos para curtir de novo (a sugestão de trilha sonora neste ponto, já seria algo como a ''Primavera" de Vivaldi)
A verdade é um pouco diferente, conto esta estória porque eu gosto, pois é uma estória bonita como nosso namoro, marcando o início de um relacionamento composto por coisas boas, como respeito, amor, comunhão, entrega e muito mais. Coisas que deixaram de existir em minha vida pregressa.
A estória começa como qualquer a outra, com um clima de falta de esperança de um casamento terminado, aquela solidão dos dias em que as filhotas não estão em casa, a saudade antecipada de quando temos de entregá-las de volta no domingo à tarde (dá até para por uma musica lenta de tema de fundo, um violino uma coisa assim).
Num repente tomei uma decisão adiada há muito tempo e, na volta da casa das crianças, parei na igreja para assistir ao culto. A experiência me deu força suficiente para continuar a semana e com a frequência assídua, o peso da separação começou a diminuir. Três meses depois, já com as crianças junto, aguardava a entrevista com o conselho da igreja para me tornar membro efetivo da congregação.
Estávamos no segundo andar do casarão, quando ouço um grande barulho seguido pelo inconfudível choro da Mandioca (sempre correndo ansiosa e distraída), que rolara escada abaixo. Sem demora acudi-a agradecendo a ajuda das pessoas ao pé da escada. Não passara de um grande susto
Só passadas as emoções daquela manhã, já na hora das despedidas, sou abordado por anjo de cabelos claros e olhos azuis peguntando como estava minha menininha.
E assim, sem nenhum polanejamento, fui para casa querendo saber mais daquela moça linda que, graças à falta de atenção da minha princesa e uma ajudinha divina, viria a ser a mulher da minha vida.
Mas esta já é outra estória, que vou contar aos poucos para curtir de novo (a sugestão de trilha sonora neste ponto, já seria algo como a ''Primavera" de Vivaldi)
terça-feira, março 13, 2007
ESTÓRINHAS BONITINHAS II
A volta da escola, algo que fiz questão de manter para ver a meninas todos os dias, é sempre uma surpresa. Há dias em que tudo corre bem, as fofinhas estão felizes e o caminho é tranquilo. Mas há dias em que é melhor bancar o chofer de taxi, ficando quieto para não sobrar uma bronca de baixinha mal humorada.
Num dos dias bons elas me pediram uma estória de sua infância, algo a ver com lição de casa, ou para competir com a amiguinha no recreio do dia seguinte.
Nessas horas as melhores estórias refugiam-se em algum canto escuro do cérebro, como se se protegessem da exposição ao sol, e pouca coisa útil vem à mente. É impressionante, há dezenas delas, quase não lembrei de nenhuma.
Mas graças à inspiração divina, lembrei de um dia na maternidade, menos de 3 horas do nascimento da Peteleca (a mais nova), em que a Mandioca (a mais velha, na ocasião com 1 ano e 10 meses) chegou para ver a irmãzinha pela primeira vez.
Neste ponto cabe uma explicação. Naturalmente, a Mandioca é uma menina ansiosa e expansiva, no dia do nascimento da irmãzinha ela estava ligada em 72 rotações.
Depois de roubar os sucos e gelatinas das bandejas de almoço que estava no corredor, de ter visitado clandestinamente o berçário, de entrar em todos os quartos do andar, de subir na lateral de um dos carrinhos da maternidade e quase se perder nos elevadores de serviços, fui procurado pelo segurança da maternidade e convidado, não tão gentilmente, a retirar a mocinha para a pediatira dois andares acima, onde um tipo de parquinho havia sido montado para as crianças e, quem sabe lá, ela poderia gastar um pouco da energia acumulada.
E lá fui eu, com minha pequena pestinha, expulsa de um local público com menos de dois aninhos, refletindo como seria a vida com duas delas em casa. Preocupação esta que durou muito pouco, pois o papo com os outros pais, também expulsos da maternidade com seus anjinhos, estava tão bom e animado, que nem lembrei porque havia ido para lá.
Num dos dias bons elas me pediram uma estória de sua infância, algo a ver com lição de casa, ou para competir com a amiguinha no recreio do dia seguinte.
Nessas horas as melhores estórias refugiam-se em algum canto escuro do cérebro, como se se protegessem da exposição ao sol, e pouca coisa útil vem à mente. É impressionante, há dezenas delas, quase não lembrei de nenhuma.
Mas graças à inspiração divina, lembrei de um dia na maternidade, menos de 3 horas do nascimento da Peteleca (a mais nova), em que a Mandioca (a mais velha, na ocasião com 1 ano e 10 meses) chegou para ver a irmãzinha pela primeira vez.
Neste ponto cabe uma explicação. Naturalmente, a Mandioca é uma menina ansiosa e expansiva, no dia do nascimento da irmãzinha ela estava ligada em 72 rotações.
Depois de roubar os sucos e gelatinas das bandejas de almoço que estava no corredor, de ter visitado clandestinamente o berçário, de entrar em todos os quartos do andar, de subir na lateral de um dos carrinhos da maternidade e quase se perder nos elevadores de serviços, fui procurado pelo segurança da maternidade e convidado, não tão gentilmente, a retirar a mocinha para a pediatira dois andares acima, onde um tipo de parquinho havia sido montado para as crianças e, quem sabe lá, ela poderia gastar um pouco da energia acumulada.
E lá fui eu, com minha pequena pestinha, expulsa de um local público com menos de dois aninhos, refletindo como seria a vida com duas delas em casa. Preocupação esta que durou muito pouco, pois o papo com os outros pais, também expulsos da maternidade com seus anjinhos, estava tão bom e animado, que nem lembrei porque havia ido para lá.
SEM DESCANSO
É uma tarefa difícil ser pai separado. Vejo as comunidades no Orkut onde os problemas, quase sempre similares, se apresentam numa cadeia sem fim de situações precisando de ajustes. Fica a impressão de que, após o fim do casamento, os problemas passam a se multiplicar e não resolver, objetivo maior da separação.
O que me impressiona é a batalha campal pelo poder sobre as crianças, quem decide o que, quem faz o que, quem tem quais direitos e por aí vai. Pais presentes desesperados pelas mães controladoras e excludente, mães sobrecarregadas queixando-se do fardo que assumiram sozinhas, novos(as) companheiros(as) tentando driblar a presença do(a) indesejável ex interferindo em sua vida.
Enfim, sei que os pais estão se defendendo, mas e as crianças, quem as defende nestas situações. A justiça? o guardião legal?
A conclusão, dolorosa de chegar, é a de que as crianças são o escudo e a espada nesta luta. Seus interesses perdem-se nas mãos dos advogados e de pais egoístas. Sob a bandeira da proteção aos pequenos tudo é permitido e os acordos assinados viram um tormento a todos os envolvidos, pois a vida não pode ser definida em papel e imprevistos, como o próprio nome diz, não podem ser previstos.
Ser pai é duro, ser pai separado muito mais duro ainda, pois temos de, no pouco tempo de contato, lembra que é preciso educar os filhos, ser enérgico, dizer não, enquanto tenta matar a saudade e compensar a ausência.
Não tenho fórmula secreta, mas quando a coordenadora falou que minha princesa precisava de acompanhamento, tive de aprender a dar carinho e educar. Parece brincadeira, mas doeu mais em mim do que nela.
O que me impressiona é a batalha campal pelo poder sobre as crianças, quem decide o que, quem faz o que, quem tem quais direitos e por aí vai. Pais presentes desesperados pelas mães controladoras e excludente, mães sobrecarregadas queixando-se do fardo que assumiram sozinhas, novos(as) companheiros(as) tentando driblar a presença do(a) indesejável ex interferindo em sua vida.
Enfim, sei que os pais estão se defendendo, mas e as crianças, quem as defende nestas situações. A justiça? o guardião legal?
A conclusão, dolorosa de chegar, é a de que as crianças são o escudo e a espada nesta luta. Seus interesses perdem-se nas mãos dos advogados e de pais egoístas. Sob a bandeira da proteção aos pequenos tudo é permitido e os acordos assinados viram um tormento a todos os envolvidos, pois a vida não pode ser definida em papel e imprevistos, como o próprio nome diz, não podem ser previstos.
Ser pai é duro, ser pai separado muito mais duro ainda, pois temos de, no pouco tempo de contato, lembra que é preciso educar os filhos, ser enérgico, dizer não, enquanto tenta matar a saudade e compensar a ausência.
Não tenho fórmula secreta, mas quando a coordenadora falou que minha princesa precisava de acompanhamento, tive de aprender a dar carinho e educar. Parece brincadeira, mas doeu mais em mim do que nela.
quinta-feira, março 08, 2007
APROXIMAÇÃO DEFINITIVA
Janeiro foi um mês de crescimento. Crescimento espiritual pois o stress das batalhas judiciais atingiu um nível inimaginável. Crescimento familiar, pelo estreitamento das relações e o envolvimento de todos no embroglio. Crescimento pessoal, com o fortalecimento das amizades, decisões tomadas entre outras coisas.
Mas o mais importante de tudo foi a solidificação do relacionamento entre a família e a aceitação definitiva da futura Sra. Johnson.
É caro(a) leitor(a), não é mistério algum que as coisas andavam bem e não havia dúvida de que isto ocorreria mais cedo ou mais tarde. Mas a irracionalidade da outra parte foi tamanha, que a bizarra situação da Sra. Johnson viajar com toda a familia sem minha presença, tornou-se realidade.
E lá foram todos: namorada, filhotas, pai, mãe, irmã, cunhado e a sobrinhada, viajar juntos. Numa divisão que deixou as três mulheres da minha vida no mesmo apartamento por dez dias inteiros, sem a nefasta interferência da mãe (sossegada por ter me impedido de ir). As crianças - com a predominância do DNA paterno no quesito inteligência - perceberam logo de cara que apesar de terem perdido o pai na viagem, tem uma mãe de verdade.
Alguém que se importa, que cuida, que as ama de verdade, sem envolvê-las em joguinhos sujos ou usá-las como moeda de troca. A diferença é tão nítida que já dá para sentir a falta de vontade delas de voltar para casa no domingo a noite.
E eu sempre disse que o mal sempre perde. Mesmo quando acredita que ganhou...
Mas o mais importante de tudo foi a solidificação do relacionamento entre a família e a aceitação definitiva da futura Sra. Johnson.
É caro(a) leitor(a), não é mistério algum que as coisas andavam bem e não havia dúvida de que isto ocorreria mais cedo ou mais tarde. Mas a irracionalidade da outra parte foi tamanha, que a bizarra situação da Sra. Johnson viajar com toda a familia sem minha presença, tornou-se realidade.
E lá foram todos: namorada, filhotas, pai, mãe, irmã, cunhado e a sobrinhada, viajar juntos. Numa divisão que deixou as três mulheres da minha vida no mesmo apartamento por dez dias inteiros, sem a nefasta interferência da mãe (sossegada por ter me impedido de ir). As crianças - com a predominância do DNA paterno no quesito inteligência - perceberam logo de cara que apesar de terem perdido o pai na viagem, tem uma mãe de verdade.
Alguém que se importa, que cuida, que as ama de verdade, sem envolvê-las em joguinhos sujos ou usá-las como moeda de troca. A diferença é tão nítida que já dá para sentir a falta de vontade delas de voltar para casa no domingo a noite.
E eu sempre disse que o mal sempre perde. Mesmo quando acredita que ganhou...
terça-feira, março 06, 2007
PRESENTE DE ANIVERSÁRIO
Minha filhota faz nove anos. Graças à irracionalidade da situação que a separação tomou temos de comemorar quando dá, pois é inútil tentar qualquer tipo de acomodação.
Pois então ficou definido (entre nós é claro) que, daqui em diante, ela fará aniversário quando estiver comigo. Terá bolo, festinha, presente (óbvio) e tudo mais que têm direito. A família já se organizou para tal e as comemorações sempre são animadas.
A idéia é maximizar as surpresas, conbinando diretamente com as mães das amiguinhas, escondendo os presentes, dando pistas tão falsas como uma nota de 3 reais. Com a mais velha isso funciona que é uma beleza. A mais nova já é menos ingênua e sempre descobre tudo.
Pois este ano foi a vez da bicicleta. Prometida desde o Natal, já havia sido desprometida com o argumento da falta de dinheiro entre outras desculpas. A colaboração financeira providencial da avó permitiu o cumprimento da promessa.
Não houve cerimônia, pois a festa seria no sábado, e o presente foi dado na quinta feira, mas a carinha de felicidade e a evidente explosão de excitação ficarão em minha memória para sempre. Neste final de semana a lição de casa ficou pronta mais cedo, mais caprichada e tudo correu mais tranquilo.
Para nós, cansados da baixaria, do evidente uso e abandono das crianças, foi um belo descanso na rotina.
Que bom seria se a vida se resumisse a uma bicicleta nova.
Pois então ficou definido (entre nós é claro) que, daqui em diante, ela fará aniversário quando estiver comigo. Terá bolo, festinha, presente (óbvio) e tudo mais que têm direito. A família já se organizou para tal e as comemorações sempre são animadas.
A idéia é maximizar as surpresas, conbinando diretamente com as mães das amiguinhas, escondendo os presentes, dando pistas tão falsas como uma nota de 3 reais. Com a mais velha isso funciona que é uma beleza. A mais nova já é menos ingênua e sempre descobre tudo.
Pois este ano foi a vez da bicicleta. Prometida desde o Natal, já havia sido desprometida com o argumento da falta de dinheiro entre outras desculpas. A colaboração financeira providencial da avó permitiu o cumprimento da promessa.
Não houve cerimônia, pois a festa seria no sábado, e o presente foi dado na quinta feira, mas a carinha de felicidade e a evidente explosão de excitação ficarão em minha memória para sempre. Neste final de semana a lição de casa ficou pronta mais cedo, mais caprichada e tudo correu mais tranquilo.
Para nós, cansados da baixaria, do evidente uso e abandono das crianças, foi um belo descanso na rotina.
Que bom seria se a vida se resumisse a uma bicicleta nova.
CONVIVENDO COM O CALOR
São Paulo está quente. Não é aquele calor suportável das cidades de praia, onde a brisa do mar atenua a temperatura, tornando a vida suportável. Também não é aquele calor seco do sertãozão Pernambucano, onde a umidade é tão baixa que, pelo menos, sofremos no seco.
Chego a conclusão que temperatura tem características regionais, como a medição de uma fazenda, temos os 34 graus paulistas, diferentes dos 34 graus recifenses ou sertanejos. Para o paulista, a combinação de sol forte, asfalto e concreto, com pouca brisa, usando terno e gravata, é garantia de penas brandas no dia do juízo. Pois estamos cumprindo a pena em vida.
O bom disto é poder dar uma folga no escritório (certos trabalhos tem esta facilidade) e fugir com as filhotas para uma piscina ou para uma volta de bicicleta no Ibirapuera. Tem outro gosto.
Mas o que me espanta, no caminho de casa ao trabalho, é o despreparo das pessoas para enfrentar o calor. Não só pelos ternos escuros e a falta de ar condicionado em escritórios e carros. Mas pela falta de expediente ao enfrentar o sol do meio dia.
Posso até parecer louco, mas quando me aventuro em minhas caminhadas diárias ao trabalho, vou com um confortável chapéu de palha, nacional, modelo mais esportivo com uma aba um pouco menor do que o que gostaria. Mas pelo menos chego mais apresentável no escritório.
É caro(a) leitor(a), chapéu, eles ainda existem e foram feitos para enfrentar as intempéries. Sei que numa era de carros, shopping centers e etc. parece loucura, mas o trânsito de São Paulo está, a cada dia, forçando os paulistanos deixarem seus carros na garagem.
Por que sofrer se ainda é possível achar uma boa chapelaria em São Paulo.
Chego a conclusão que temperatura tem características regionais, como a medição de uma fazenda, temos os 34 graus paulistas, diferentes dos 34 graus recifenses ou sertanejos. Para o paulista, a combinação de sol forte, asfalto e concreto, com pouca brisa, usando terno e gravata, é garantia de penas brandas no dia do juízo. Pois estamos cumprindo a pena em vida.
O bom disto é poder dar uma folga no escritório (certos trabalhos tem esta facilidade) e fugir com as filhotas para uma piscina ou para uma volta de bicicleta no Ibirapuera. Tem outro gosto.
Mas o que me espanta, no caminho de casa ao trabalho, é o despreparo das pessoas para enfrentar o calor. Não só pelos ternos escuros e a falta de ar condicionado em escritórios e carros. Mas pela falta de expediente ao enfrentar o sol do meio dia.
Posso até parecer louco, mas quando me aventuro em minhas caminhadas diárias ao trabalho, vou com um confortável chapéu de palha, nacional, modelo mais esportivo com uma aba um pouco menor do que o que gostaria. Mas pelo menos chego mais apresentável no escritório.
É caro(a) leitor(a), chapéu, eles ainda existem e foram feitos para enfrentar as intempéries. Sei que numa era de carros, shopping centers e etc. parece loucura, mas o trânsito de São Paulo está, a cada dia, forçando os paulistanos deixarem seus carros na garagem.
Por que sofrer se ainda é possível achar uma boa chapelaria em São Paulo.
segunda-feira, fevereiro 26, 2007
O FUGITIVO
Foram quase três meses de ausência sem qualquer explicação, uma verdadeira grosseria com os(as) leitores(as), mas justificável.
Justificável sim, talvez imperdoável para alguns, mas não vim aqui para mea culpas ou perder tempo com pedidos de perdão. Sei que errei em sumir, mas não havia condições para escrever. Os próximos posts se encarregarão de esclarecer o mistério, além de serem uma coleção de boas estórias. O que importa é que a cabeça está boa, as filhotas e a namorada felizes e a vida continua.
Pois estava eu, um dia, curtindo algumas vitórias nesta longa batalha judicial que a vida se transformou, afinal conseguira a autorização de viagem que a mãe negava, passaportes estavam emitidos, procedimentos para os vistos tomados, enfim tudo caminhava para a paz que simboliza o mês de dezembro. O fim de ano prometia.
Eis que, lá pelo final da manhã, atendo minha advogada com a notícia de que, por alguma brincadeira do destino, um juiz alucinado - acatando uma promotora mais alucinada ainda - decidiu que eu deveria ser preso. Independente de argumentos e documentos apresentados, estava decidido, mandato expedido e providencias deveriam ser tomadas para minha captura.
Não me lembro de pânico, nem de irritação ou qualquer reação deseperada. Aliás, tentando me recordar daquele momento, pouco me vem da minha reação. Liguei para alguns amigos, arrumei uma mala e parti para um exílio de quase dois meses em casas de gente com bom senso, solícitas em caso de necessidade, apertando ainda mais laços de amizade que nunca duvidei existirem.
A partir deste post, caro(a) leitor(a), vou expurgar os 60 dias mais loucos que já passei e convido-o(a) a participar. Não por querer por em pratos limpos, para me justificar alguma coisa (afinal poucas pessoas que me conhecem sabem deste blog), mas porque faz bem refletirmos sobre certas coisas. É um caminho de auto-conhecimento, de amadurecimento, que nos dá uma incrível capacidade de virar a página e não mais nos abalarmos com acontecimentos de qualquer natureza.
Explodi com um monte gente neste período, um monte de gente explodiu de volta, mas também demos muitas risadas com o assunto em alguns momentos, amigos se abriram como nunca haviam feito, a família se uniu para um novo desafio. A vida não podeira ter sido mais intensa, como um esforço coletivo para reconstrução após um furacão ou coisa parecida.
Na verdade nem tudo são rosas. Mas no final, lembrando um clásico do cinema de ação, aquilo que não nos mata, nos torna mais fortes.
Nós, hoje, estamos muito mais fortes.
Justificável sim, talvez imperdoável para alguns, mas não vim aqui para mea culpas ou perder tempo com pedidos de perdão. Sei que errei em sumir, mas não havia condições para escrever. Os próximos posts se encarregarão de esclarecer o mistério, além de serem uma coleção de boas estórias. O que importa é que a cabeça está boa, as filhotas e a namorada felizes e a vida continua.
Pois estava eu, um dia, curtindo algumas vitórias nesta longa batalha judicial que a vida se transformou, afinal conseguira a autorização de viagem que a mãe negava, passaportes estavam emitidos, procedimentos para os vistos tomados, enfim tudo caminhava para a paz que simboliza o mês de dezembro. O fim de ano prometia.
Eis que, lá pelo final da manhã, atendo minha advogada com a notícia de que, por alguma brincadeira do destino, um juiz alucinado - acatando uma promotora mais alucinada ainda - decidiu que eu deveria ser preso. Independente de argumentos e documentos apresentados, estava decidido, mandato expedido e providencias deveriam ser tomadas para minha captura.
Não me lembro de pânico, nem de irritação ou qualquer reação deseperada. Aliás, tentando me recordar daquele momento, pouco me vem da minha reação. Liguei para alguns amigos, arrumei uma mala e parti para um exílio de quase dois meses em casas de gente com bom senso, solícitas em caso de necessidade, apertando ainda mais laços de amizade que nunca duvidei existirem.
A partir deste post, caro(a) leitor(a), vou expurgar os 60 dias mais loucos que já passei e convido-o(a) a participar. Não por querer por em pratos limpos, para me justificar alguma coisa (afinal poucas pessoas que me conhecem sabem deste blog), mas porque faz bem refletirmos sobre certas coisas. É um caminho de auto-conhecimento, de amadurecimento, que nos dá uma incrível capacidade de virar a página e não mais nos abalarmos com acontecimentos de qualquer natureza.
Explodi com um monte gente neste período, um monte de gente explodiu de volta, mas também demos muitas risadas com o assunto em alguns momentos, amigos se abriram como nunca haviam feito, a família se uniu para um novo desafio. A vida não podeira ter sido mais intensa, como um esforço coletivo para reconstrução após um furacão ou coisa parecida.
Na verdade nem tudo são rosas. Mas no final, lembrando um clásico do cinema de ação, aquilo que não nos mata, nos torna mais fortes.
Nós, hoje, estamos muito mais fortes.
sábado, fevereiro 24, 2007
REFLEXÕES DE CORREDOR
Semana curta é engraçado. Já começamos atrasados, precisando cobrir o dia que não aconteceu.
Lembro, de uma terça, após um feriado, em que fui bancar o advogado e cimentar mais um tijolo numa separação que, pelo andar da carruagem, vai acabar mal.
A tarefa era simples, apressar ou agilizar o caminhamento de um pedido judicial, cujo motivo não vem ao caso neste post. Quer dizer, não que não fosse importante, mas está resolvido e encerrado.
Porém, em minha epopéia jurídica, passei algumas horas em pé em corredores esperando. Um cartorário preparar algo, um juiz despachar, o promotor ler, coisas assim. Foi quando tomo contato com a miséira humana.
Não aquela miséira física, da falta de dinheiro e comida, mas da miséira de espírito, das pessoas que dedicam suas vidas a atazanar a vida de outros. Gente que não aceita ver a vida do ex continuar, o emprego indo bem, relacionamentos serem construídos, o caminho para a felicidade sendo repavimentado.
Numa ironia absurda, acabo sentado ao lado de um problema igual, tão igual que todos os envolvidos acreditavam tratar-se das duas partes do mesmo processo. A advogada, com quem passeio a tarde conversando, precisava da mesma autorização que eu. Com um agravante, o caso dela era pura birra de uma ex mesquinha que queria aumentar sua pensão de 60 e tantos salários mínimos e usava as crianças como moeda de troca. Já eu enfrentava uma ex mesquinha que usava as crianças como moeda de troca por dinheiro.
É pensando bem, os casos, respeitando-se a diferença de valores, eram idênticos. Onde o bem das crianças é a última coisa que se passa na cabeça de quem reclamou o direito de zelar por elas.
Saí feliz naquele dia, com o documento certo em mãos, venci uma importante batalha (e seus desdobramentos depois) - a primeira iniciada por mim, que resultou em grande felicidade para muita gente (que um dia será relatada aqui) - mas também um pouco apreensivo, pois o mesmo juiz, da mesma vara, no mesmo tipo de caso, ao mesmo tempo, de um lado me atendeu, do outro exigiu mais documentos e agendou uma audiência.
Como é possível essa discrepância, um sai atendido e outro não?
Como um juiz pode decidir a mesma coisa de duas formas?
Saiba caro(a) leitor(a), pode e fazem, sem qualquer explicação, remorso ou culpa. Cheguei, algum tempo depois, que a justiça é uma palhaçada. Comandada e operada por pessoas completamente irresponsáveis, insensíveis e sucetíveis a seus egos inflamados e piniões absurdas.
Infelizmente, como pretendo relatar nas próximas postagens sobre três meses na "Zona além da imaginação", estamos nas mão de loucos.
Lembro, de uma terça, após um feriado, em que fui bancar o advogado e cimentar mais um tijolo numa separação que, pelo andar da carruagem, vai acabar mal.
A tarefa era simples, apressar ou agilizar o caminhamento de um pedido judicial, cujo motivo não vem ao caso neste post. Quer dizer, não que não fosse importante, mas está resolvido e encerrado.
Porém, em minha epopéia jurídica, passei algumas horas em pé em corredores esperando. Um cartorário preparar algo, um juiz despachar, o promotor ler, coisas assim. Foi quando tomo contato com a miséira humana.
Não aquela miséira física, da falta de dinheiro e comida, mas da miséira de espírito, das pessoas que dedicam suas vidas a atazanar a vida de outros. Gente que não aceita ver a vida do ex continuar, o emprego indo bem, relacionamentos serem construídos, o caminho para a felicidade sendo repavimentado.
Numa ironia absurda, acabo sentado ao lado de um problema igual, tão igual que todos os envolvidos acreditavam tratar-se das duas partes do mesmo processo. A advogada, com quem passeio a tarde conversando, precisava da mesma autorização que eu. Com um agravante, o caso dela era pura birra de uma ex mesquinha que queria aumentar sua pensão de 60 e tantos salários mínimos e usava as crianças como moeda de troca. Já eu enfrentava uma ex mesquinha que usava as crianças como moeda de troca por dinheiro.
É pensando bem, os casos, respeitando-se a diferença de valores, eram idênticos. Onde o bem das crianças é a última coisa que se passa na cabeça de quem reclamou o direito de zelar por elas.
Saí feliz naquele dia, com o documento certo em mãos, venci uma importante batalha (e seus desdobramentos depois) - a primeira iniciada por mim, que resultou em grande felicidade para muita gente (que um dia será relatada aqui) - mas também um pouco apreensivo, pois o mesmo juiz, da mesma vara, no mesmo tipo de caso, ao mesmo tempo, de um lado me atendeu, do outro exigiu mais documentos e agendou uma audiência.
Como é possível essa discrepância, um sai atendido e outro não?
Como um juiz pode decidir a mesma coisa de duas formas?
Saiba caro(a) leitor(a), pode e fazem, sem qualquer explicação, remorso ou culpa. Cheguei, algum tempo depois, que a justiça é uma palhaçada. Comandada e operada por pessoas completamente irresponsáveis, insensíveis e sucetíveis a seus egos inflamados e piniões absurdas.
Infelizmente, como pretendo relatar nas próximas postagens sobre três meses na "Zona além da imaginação", estamos nas mão de loucos.
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