domingo, novembro 21, 2010

Aprendendo a voar

Posso estar redondamente enganado, mas acredito que a maior tarefa de um pai é ensinar seus filhos a sair para a vida.

Não que as mães não deem conta de uma tarefa destas, mas isso envolve uma capacidade que se manusfesta de forma mais forte nos homens.

Pois não é facil, numa cidade como São Paulo deixar suas princesinhas se virarem e sair de casa sozinhas para alguma tarefa simples ou ir até a video locadora ou padaria.

Sim, todos passamos por isto, mas eram outros tempos, e parece que as coisas eram mais simples. Não canso de contar (apesar das pequenas cansarem de ouvir) a estória do dia em que saí de casa aos dez anos para, de onibus, ir sozinho comprar minha primeira Caloi 10.

Naquele dia fiquei passeando de bicicleta na rua por mais de 8 horas sem que ninguém ficasse apavorado em casa. Num tempo em que celular não era nem projeto de pesquisa.

Hoje, qualquer pai que disser que dá para deixar os filhos com a mesma liberdade que tínhamos, certamente não está falando dos filhos dele.

Me vejo então todo final de semana passando por momentos de apreensão enquanto vou incentivando as bonequinhas a bater suas asas cada vez mais longe do ninho. Aprendendo a se localizar no bairro, fazer compras básicas no mercado, espero em breve ve-las desfrutando de autonomia suficiente para ir de uma casa para outra sempre que desejarem, ou mesmo passar o dia na piscina do clube sem depender de ninguém ter disposição ou um carro.

No final, é bem divertido...

Reflexões noturnas

Sāo dois meses desde a última postagem e as vezes me pego pensando que raio de blogueiro pretendo ser, sem ao menos imprimir um ritmo na conversa com o leitor eu consigo.

A verdade é que nem sempre, para nāo dizer nunca, temos uma vida Facebook, onde tudo é alegria e as fotos de montes de amigos e viagens maravilhosas sāo o padrāo. (Eu pelo menos, nao lembro de ninguém postando algo sobre alguma lua-de-mel desastrosa em Cubatão).

As ultimas semanas tem dado um trabalho terrível. Pois além de lidar com todos os problemas inerentes de um trabalho como o meu, as meninas crescem a cada dia. Trazendo a reboque deste crescimento toda a sorte de questões que eu gostaria de não ter de responder agora.

Mas, já que estamos aqui, numa solitaria noite de sabado, com alguns copos além do permitido pela prudencia, acho que posso abusar da paciencia do leitor mais um pouco. Afinal, sāo quase seis anos de historia e estórias que compartilhamos aqui.

Dentre um monte de coisas que aconteceram, grande parte daquelas de roubar horas preciosas de sono, me vi conversando com um sujeito que caminha' pela mesma trilha que eu. A princesinha dele acompanhou as minhas ao cinema e decidimos fazer hora do lado de fora.

Como sempre a conversa acabou correndo para assuntos conjugais e eu acabo virando o conselheiro dos que nāo vāo dar a volta por cima e resolver seus problemas.

Não que isso me incomode, muito pelo contrário. Fiz uma terapia e acabei ajudando o cidadão e sua pimpolhinha. Mas acabei falando o suficiente para não dormir por algum tempo.

A quetão é: quanto de nós estamos sacrificando no altar do relacionamento? .
Quanto não estamos levando em conta em nome do bem comum?

A verdade é que a maioria de nós está, de uma forma ou de outra, abrindo mão de sua individualidade pela seguranca de um relacionamento estavel, o que, até certo ponto é saudavel, pois o casal é o mais importante. Mas, e eu não fujo à regra, o desequilíbrio é um risco e podemos nos encontrar numa situação onde nossos interesses pessoais se perdem pelo bem comum.

Meu conselho (como se eu pudesse dar conselhos para alguém), foi bem aceito e ao parece o cidadão vai tentar se conciliar consigo mesmo sem carregar demais na carga sobre a filhota.

Mas na verdade eu é que voltei para casa com a missão de encontrar partes de mim mesmo escondidas no baú da vida a dois.

Louco isso....