Minha filhota faz nove anos. Graças à irracionalidade da situação que a separação tomou temos de comemorar quando dá, pois é inútil tentar qualquer tipo de acomodação.
Pois então ficou definido (entre nós é claro) que, daqui em diante, ela fará aniversário quando estiver comigo. Terá bolo, festinha, presente (óbvio) e tudo mais que têm direito. A família já se organizou para tal e as comemorações sempre são animadas.
A idéia é maximizar as surpresas, conbinando diretamente com as mães das amiguinhas, escondendo os presentes, dando pistas tão falsas como uma nota de 3 reais. Com a mais velha isso funciona que é uma beleza. A mais nova já é menos ingênua e sempre descobre tudo.
Pois este ano foi a vez da bicicleta. Prometida desde o Natal, já havia sido desprometida com o argumento da falta de dinheiro entre outras desculpas. A colaboração financeira providencial da avó permitiu o cumprimento da promessa.
Não houve cerimônia, pois a festa seria no sábado, e o presente foi dado na quinta feira, mas a carinha de felicidade e a evidente explosão de excitação ficarão em minha memória para sempre. Neste final de semana a lição de casa ficou pronta mais cedo, mais caprichada e tudo correu mais tranquilo.
Para nós, cansados da baixaria, do evidente uso e abandono das crianças, foi um belo descanso na rotina.
Que bom seria se a vida se resumisse a uma bicicleta nova.
Em setembro de 2005 me vi só. 14 anos de minha vida usurpados sem dó. Incluindo meu bem mais precioso, minhas duas filhotas. A única alternativa, lutar pelo que é meu, e escrever minha história. A do homem que recomeçou sua vida do nada, em território hostil e desconhecido. A diferença do filme com mesmo nome? Eu fiquei numa selva moderna, sem um rifle Hawkin calibre 50. Quer saber mais? Leia e particpe das estórias de Jeremiah Johnson, mas cuidado, elas podem ser iguais à sua.
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