segunda-feira, fevereiro 26, 2007

O FUGITIVO

Foram quase três meses de ausência sem qualquer explicação, uma verdadeira grosseria com os(as) leitores(as), mas justificável.

Justificável sim, talvez imperdoável para alguns, mas não vim aqui para mea culpas ou perder tempo com pedidos de perdão. Sei que errei em sumir, mas não havia condições para escrever. Os próximos posts se encarregarão de esclarecer o mistério, além de serem uma coleção de boas estórias. O que importa é que a cabeça está boa, as filhotas e a namorada felizes e a vida continua.

Pois estava eu, um dia, curtindo algumas vitórias nesta longa batalha judicial que a vida se transformou, afinal conseguira a autorização de viagem que a mãe negava, passaportes estavam emitidos, procedimentos para os vistos tomados, enfim tudo caminhava para a paz que simboliza o mês de dezembro. O fim de ano prometia.

Eis que, lá pelo final da manhã, atendo minha advogada com a notícia de que, por alguma brincadeira do destino, um juiz alucinado - acatando uma promotora mais alucinada ainda - decidiu que eu deveria ser preso. Independente de argumentos e documentos apresentados, estava decidido, mandato expedido e providencias deveriam ser tomadas para minha captura.

Não me lembro de pânico, nem de irritação ou qualquer reação deseperada. Aliás, tentando me recordar daquele momento, pouco me vem da minha reação. Liguei para alguns amigos, arrumei uma mala e parti para um exílio de quase dois meses em casas de gente com bom senso, solícitas em caso de necessidade, apertando ainda mais laços de amizade que nunca duvidei existirem.

A partir deste post, caro(a) leitor(a), vou expurgar os 60 dias mais loucos que já passei e convido-o(a) a participar. Não por querer por em pratos limpos, para me justificar alguma coisa (afinal poucas pessoas que me conhecem sabem deste blog), mas porque faz bem refletirmos sobre certas coisas. É um caminho de auto-conhecimento, de amadurecimento, que nos dá uma incrível capacidade de virar a página e não mais nos abalarmos com acontecimentos de qualquer natureza.

Explodi com um monte gente neste período, um monte de gente explodiu de volta, mas também demos muitas risadas com o assunto em alguns momentos, amigos se abriram como nunca haviam feito, a família se uniu para um novo desafio. A vida não podeira ter sido mais intensa, como um esforço coletivo para reconstrução após um furacão ou coisa parecida.

Na verdade nem tudo são rosas. Mas no final, lembrando um clásico do cinema de ação, aquilo que não nos mata, nos torna mais fortes.

Nós, hoje, estamos muito mais fortes.

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