Nestes dias chuvosos de fim de verão, o cinema é sempre uma opção. As meninas com a mãe o resto da família (pais, irmã, sobrinhos) espalhada, sem condições de se reunir, são condições ideais para encontrar a futura Sra. Johnson e fugir para namorar no escurinho na tarde de domingo.
A última escolha, enquanto aguardamos a estréia do Homem Aranha ou dos Piratas do Caribe, foi um filme leve. Um Road Movie - comédia sobre quatro cinquentões que resolvem brincar de easy rider, atravessando os EUA em suas Harley-Davidsons. A crítica, como sempre, detestou. Sinal de filme bom, pois eu e a crítica, definitivamente, não falamos a mesma língua.
O filme é ótimo, leve, engraçado, bem feito, com sacadas geniais e personagens pitorescos dos realitys shows da tv a cabo. Vá ver caro(a) leitor(a).
Mas o que me traz aqui, não é bancar o crítico de arte. Este feriado, em viagem para o sítio, pego quase 700 km de estrada, assisto o desenho Carros, que as meninas adoram, e começo então a fazer aquelas associações que só são possíveis em momentos de extremo ócio.
A vida é engraçada, vivemos tão focados em nossos objetivos, tão ansiosos para chegar lá, que esquecemos que não estamos aqui pelo destino, e sim pela jornada. Afinal nossa vida é a jornada, o destino final já sabemos e procuramos retardá-lo o máximo possível.
Em algum momento, lá atrás, nossa visão se foca no futuro. Estabelecemos metas para nossa vida e passamos a perseguí-las como se fossem a coisa mais importante. Alguns querem o sucesso profissional a qualquer custo, outros buscam a beleza, um casamento, uma condição de vida. Enfim traçam uma linha de chegada para suas corridas e saem em disparada.
O que aconteceu com a jornada? O que aconteceu com as paradas na estrada ou a paisagem?
Parado no meio da estrada, aproveitando o almoço, comprando uma peça de artesanato para o aniversário da comadre, percebo que a pressa de chegar pode nos levar a, um dia, sentar com toda a calma e perguntar: Como foi que vim parar aqui? Que diabos fiz da minha vida que passou tão de pressa?
Daí, não vai adiantar mais tentar recuperar o tempo perdido...
Em setembro de 2005 me vi só. 14 anos de minha vida usurpados sem dó. Incluindo meu bem mais precioso, minhas duas filhotas. A única alternativa, lutar pelo que é meu, e escrever minha história. A do homem que recomeçou sua vida do nada, em território hostil e desconhecido. A diferença do filme com mesmo nome? Eu fiquei numa selva moderna, sem um rifle Hawkin calibre 50. Quer saber mais? Leia e particpe das estórias de Jeremiah Johnson, mas cuidado, elas podem ser iguais à sua.
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