Sei que sou um cara ansioso, que acredita não existir nada pior que a espera, que a antecipação, que ter de aguardar algo acontecer. Meu otimismo então só faz piorar tudo. Não sei explicar porque, mas vai crescendo algo dentro do peito e preciso tomar uma iniciativa, ou isto me consome por dentro.
Pois eis que lá vou eu para uma daquelas conversas difíceis, daquelas que o peito tem de estar aberto, o coração exposto e estarmos dispostos a tudo pelo que acreditamos. Nem exigi muito, só precisava ver uma luz no fim do túnel, pequenina de tudo, mas uma luz. Um pequeno sinal que fosse, para manter acesa uma chama que teima em não se apagar. Um motivo para levantar da cama pela manhã. Uma razão para seguir em frente
Mas a luz não estava mais lá, esvaneceu-se numa nuvem de pequenas mágoas e erros do passado. Enterrando de vez qualquer esperança para um futuro a tanto desejado.
Ao que parece o Senhor decidiu há muito tempo meu caminho, burrice minha desafiar a tudo e a todos e não poupar esforços para fugir do destino, estupidez acreditar no livre arbítrio, ingenuidade imaginar ser capaz de reduzir o sofrimento alheio.
Em resumo, só aumentei a lambança. Mais uma vez dei ouvidos ao coração e o resultado não foi o esperado. As vezes começo a pensar que se algum dia aparecer uma luz no fim do meu túnel, é bem capaz de ser um trem...
Em setembro de 2005 me vi só. 14 anos de minha vida usurpados sem dó. Incluindo meu bem mais precioso, minhas duas filhotas. A única alternativa, lutar pelo que é meu, e escrever minha história. A do homem que recomeçou sua vida do nada, em território hostil e desconhecido. A diferença do filme com mesmo nome? Eu fiquei numa selva moderna, sem um rifle Hawkin calibre 50. Quer saber mais? Leia e particpe das estórias de Jeremiah Johnson, mas cuidado, elas podem ser iguais à sua.
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