quarta-feira, março 28, 2007

PEQUENOS PRAZERES

Cansei caro(a) leitor(a), depois de um ano e tanto de brigas, dificuldades financeiras, fóruns, processos e um sem número de chateações cotidianas, eu definitivamente cansei.

Sei que isso é um daqueles momentos de desabafo, com uma ou duas notícias boas ou um tempinho com minhas princesas, tudo volta ao normal. Mas, já que em tempos de governo Lulla não dá para garantir as boas notícias, tratei de me preparar para o fim de semana com minhas bonequinhas.

Pois há muito que pediam para assistir o filme Twister, algo a ver com uma atração da Disney, e eu não curtia muito a idéia (coisa de quem já passou uma noite escondido de um tornado em Kansas City). Pois decidi passar na 2001 video para faqzer um agrado às bonecas e garantir alguns dias de diversão de baixo custo.

Entre vários filmes em promoção, coisa de R$ 19,00, resistindo para não torrar uma grana preta, um dilema. Twister, edição do colecionador, ou, por pouco coisa a mais, Gostbusters 1 e 2.

Lembro-me até hoje do lançamento do primeiro Gostbusters, estava morando na Baía de Tampa e ia ao cinema quase todos os finais de semana. Gostei tanto que até comprei o LP com a trilha sonora.

Bem, passado o momento nostalgia, decidi que, se vou ficar relembrando o tempo que morava nos EUA, que comecemos pela parte boa.

Tenho certeza que um fantasma gosmento verde ou um monstro gigante de marshmallow são bem mais legais que aquela ventania toda.

domingo, março 25, 2007

CONHECENDO A SRA. JOHNSON

Atendendo o pedido de um(a) leitor(a) - sim caro(a) leitor(a), eu atendo alguns pedidos. Não publicarei vídeos como a Frau V. gostaria mas, na medida do possível, atendo pedidos - continuo a estória sobre a chegada da Sra. Johnson.

Após todo o acidente da Mandioca na escada e findo o culto na igreja, sou então interpelado por uma mulher linda, querendo saber como estava minha princesa. A princípio, como sempre, demorei a atinar que era a mesma pessoa que havia socorrido a menina ao pé da escada. Culpa de minha total falta de atenção aliada àqueles olhos azuis que embaralham a cabeça de qualquer mortal mínimamente sadio.

Respondidas as perguntas e sentindo a impaciência das pequenas querendo almoçar, despedi-me das poucas pessoas que conhecia e fui almoçar. Já com a intenção de, numa próxima oportunidade, conhecer melhor a moça. Sem, é claro, ter de esperar que a criança despencasse em outra escada.

Fomos então nos encontrando a cada domingo trocando algumas informações em meio àquelas conversas sociais de confraternização pós-culto. Nada ainda de telefones ou marcar encontro. Estavamos, ambos, sondando se o terreno era firme suficiente para o próximo passo.

Dezembro passou, cada um para seu lado. Final de ano, ela foi para a praia e eu fiquei em São Paulo para me torturar na São Silvestre e participar de uma quase tradicional festa na casa de amigos. Na verdade, descobri depois, um virou o ano pensando no outro. Era questão de tempo para algo acontecer.

quinta-feira, março 22, 2007

PARABÉNS PARA VOCÊS

E o blog completa um ano de idade. No último dia 13 chegamos a 12 meses do dia em que publiquei meu primeiro texto (o de abertura no dia 3 não vale). Parabéns para todos, pois se não fossem pelos leitores e seus comentários, com certeza teria desistido.

Foi um ano de aprendizado e de decepções. Aprendi que nem todos reconhecem o que fazemos por eles, aprendi que a felicidade pode trazer a tristeza à reboque, aprendi que a mesquinhez é um parasita, daqueles que destroem seu hospedeiro, aprendi a não mais me importar com as pequenas coisas.

Não vou dizer que foi um ano perdido, pois no meio de tantas atribulações, como um presente de Deus, conheci meu grande amor, reencontrei meu caminho e minha fé, entreguei minha vida nas mãos do Senhor. Sofri, ou melhor, sofremos, mas estamos mais felizes, mais unidos, mais certos do que queremos para o futuro.

Mudei o nome, mudei o endereço e talvez mude até a aparência do blog, afinal o tom das postagens acompanha o humor do autor. Até inseri publicidade (pois se os leitores clicarem nos anúncios, já ajuda comprar as alianças).

Enfim a vida caminha para frente e graças a você caro(a) leitor(a), que perdoou minha ausência, a vontade de compartilhá-la voltou.

Mais uma vez parabéns aos leitores, amigos, familiares, filhotas e Sra. Johnson (futura). Pois sem vocês esse blog, e minha vida também, seriam chatos demais.

segunda-feira, março 19, 2007

MOMENTO MASTERCARD

Mais um daqueles finais de semana memoráveis. Depois de uma correria louca que me fez passar 7 horas na estrada, só para poder ir e voltar sem perder mais de um dia com as filhotas, tivemos um domingo para não esquecer.

O coral da escola tinha uma apresentação muito importante, coisa de Ginásio do Ibirapuera cheio, presença de autoridades, ensaios constantes desde 1o. de fevereiro, um grande evento. Para a Mandioca, apesar de grande, não era a primeira apresentação, estava ansiosa como sempre, mas agia naturalmente. Para a Peteleca seria a primeira vez cantando em público.

Acordamos cedo, banho nas duas, roupinha branca e lá vou eu, no é o único momento que gostaria de ser pai de meninos, fazer o penteado que a professora sugeriu.

Na hora marcada, sob as instruções constantes das duas (que provavelmente me julgam incapaz de dirigir e encontrar uma vaga num estacionamento), chego ao ginásio e percebo a dimensão da coisa.

O evento era o início de um Mega campeonato de futebol de salão, onde pelo menos uns 7 mil, dos 50 mil participantes, iria desfilar na cerimônia de abertura. O coral iria cantar 3 músicas logo após o desfile dos meninos. E lá vou eu, com duas meninas vestidas de branco, naquele mar de meninos de uniformes coloridos procurar a entrada certa.

A organização está de parabéns, entrada encontrada, meninas reunidas, desfile realizado, autoridades discursadas, Hino Nacional cantado, tudo no horário. Chega a hora das meninas.

É nestas horas que a pessoa faz a diferença, a professora/maestrina, montou um repertório de musicas relacionadas ao futebol, abrindo com a musica "partida de futebol" do Skank, passando por um medley com os hinos dos grandes times e uma terceira que confesso não conhecer.

O que pensei ser um grande mico para as baixinhas foi um sucesso absoluto, o ginásio adorou, dançaram, fizeram a hola, aplaudiram a ponto da professora desisitir de falar algumas palavras e deixar a meninas cantar. Palavra de pai coruja, foi um arraso.

Terminada a apresentação, conseguimos sair rápido a ponto de ainda pegar a metade final do culto na igreja, surpreendendo a futura Sra. Johnson que não esperava nos encontrar por lá tão cedo.

Claro que tivemos de conviver com duas pequenas ultra excitadas pelo resto do dia, mas certas coisas, como diz a propaganda, não tem preço.

sexta-feira, março 16, 2007

CHEGADA INESPERADA

Uma das estórias que mais conto aos amigos e familiares, é a chegada da futura Sra. Johnson. Os motivos são inúmeros, o pouco tempo entre a separação e o início do namoro, a alteração radical de estilo de vida ou apenas para apresentá-la ao grupo de amigos e familiares.

A verdade é um pouco diferente, conto esta estória porque eu gosto, pois é uma estória bonita como nosso namoro, marcando o início de um relacionamento composto por coisas boas, como respeito, amor, comunhão, entrega e muito mais. Coisas que deixaram de existir em minha vida pregressa.

A estória começa como qualquer a outra, com um clima de falta de esperança de um casamento terminado, aquela solidão dos dias em que as filhotas não estão em casa, a saudade antecipada de quando temos de entregá-las de volta no domingo à tarde (dá até para por uma musica lenta de tema de fundo, um violino uma coisa assim).

Num repente tomei uma decisão adiada há muito tempo e, na volta da casa das crianças, parei na igreja para assistir ao culto. A experiência me deu força suficiente para continuar a semana e com a frequência assídua, o peso da separação começou a diminuir. Três meses depois, já com as crianças junto, aguardava a entrevista com o conselho da igreja para me tornar membro efetivo da congregação.

Estávamos no segundo andar do casarão, quando ouço um grande barulho seguido pelo inconfudível choro da Mandioca (sempre correndo ansiosa e distraída), que rolara escada abaixo. Sem demora acudi-a agradecendo a ajuda das pessoas ao pé da escada. Não passara de um grande susto

Só passadas as emoções daquela manhã, já na hora das despedidas, sou abordado por anjo de cabelos claros e olhos azuis peguntando como estava minha menininha.

E assim, sem nenhum polanejamento, fui para casa querendo saber mais daquela moça linda que, graças à falta de atenção da minha princesa e uma ajudinha divina, viria a ser a mulher da minha vida.

Mas esta já é outra estória, que vou contar aos poucos para curtir de novo (a sugestão de trilha sonora neste ponto, já seria algo como a ''Primavera" de Vivaldi)

terça-feira, março 13, 2007

ESTÓRINHAS BONITINHAS II

A volta da escola, algo que fiz questão de manter para ver a meninas todos os dias, é sempre uma surpresa. Há dias em que tudo corre bem, as fofinhas estão felizes e o caminho é tranquilo. Mas há dias em que é melhor bancar o chofer de taxi, ficando quieto para não sobrar uma bronca de baixinha mal humorada.

Num dos dias bons elas me pediram uma estória de sua infância, algo a ver com lição de casa, ou para competir com a amiguinha no recreio do dia seguinte.

Nessas horas as melhores estórias refugiam-se em algum canto escuro do cérebro, como se se protegessem da exposição ao sol, e pouca coisa útil vem à mente. É impressionante, há dezenas delas, quase não lembrei de nenhuma.

Mas graças à inspiração divina, lembrei de um dia na maternidade, menos de 3 horas do nascimento da Peteleca (a mais nova), em que a Mandioca (a mais velha, na ocasião com 1 ano e 10 meses) chegou para ver a irmãzinha pela primeira vez.

Neste ponto cabe uma explicação. Naturalmente, a Mandioca é uma menina ansiosa e expansiva, no dia do nascimento da irmãzinha ela estava ligada em 72 rotações.

Depois de roubar os sucos e gelatinas das bandejas de almoço que estava no corredor, de ter visitado clandestinamente o berçário, de entrar em todos os quartos do andar, de subir na lateral de um dos carrinhos da maternidade e quase se perder nos elevadores de serviços, fui procurado pelo segurança da maternidade e convidado, não tão gentilmente, a retirar a mocinha para a pediatira dois andares acima, onde um tipo de parquinho havia sido montado para as crianças e, quem sabe lá, ela poderia gastar um pouco da energia acumulada.

E lá fui eu, com minha pequena pestinha, expulsa de um local público com menos de dois aninhos, refletindo como seria a vida com duas delas em casa. Preocupação esta que durou muito pouco, pois o papo com os outros pais, também expulsos da maternidade com seus anjinhos, estava tão bom e animado, que nem lembrei porque havia ido para lá.

SEM DESCANSO

É uma tarefa difícil ser pai separado. Vejo as comunidades no Orkut onde os problemas, quase sempre similares, se apresentam numa cadeia sem fim de situações precisando de ajustes. Fica a impressão de que, após o fim do casamento, os problemas passam a se multiplicar e não resolver, objetivo maior da separação.

O que me impressiona é a batalha campal pelo poder sobre as crianças, quem decide o que, quem faz o que, quem tem quais direitos e por aí vai. Pais presentes desesperados pelas mães controladoras e excludente, mães sobrecarregadas queixando-se do fardo que assumiram sozinhas, novos(as) companheiros(as) tentando driblar a presença do(a) indesejável ex interferindo em sua vida.

Enfim, sei que os pais estão se defendendo, mas e as crianças, quem as defende nestas situações. A justiça? o guardião legal?

A conclusão, dolorosa de chegar, é a de que as crianças são o escudo e a espada nesta luta. Seus interesses perdem-se nas mãos dos advogados e de pais egoístas. Sob a bandeira da proteção aos pequenos tudo é permitido e os acordos assinados viram um tormento a todos os envolvidos, pois a vida não pode ser definida em papel e imprevistos, como o próprio nome diz, não podem ser previstos.

Ser pai é duro, ser pai separado muito mais duro ainda, pois temos de, no pouco tempo de contato, lembra que é preciso educar os filhos, ser enérgico, dizer não, enquanto tenta matar a saudade e compensar a ausência.

Não tenho fórmula secreta, mas quando a coordenadora falou que minha princesa precisava de acompanhamento, tive de aprender a dar carinho e educar. Parece brincadeira, mas doeu mais em mim do que nela.

quinta-feira, março 08, 2007

APROXIMAÇÃO DEFINITIVA

Janeiro foi um mês de crescimento. Crescimento espiritual pois o stress das batalhas judiciais atingiu um nível inimaginável. Crescimento familiar, pelo estreitamento das relações e o envolvimento de todos no embroglio. Crescimento pessoal, com o fortalecimento das amizades, decisões tomadas entre outras coisas.

Mas o mais importante de tudo foi a solidificação do relacionamento entre a família e a aceitação definitiva da futura Sra. Johnson.

É caro(a) leitor(a), não é mistério algum que as coisas andavam bem e não havia dúvida de que isto ocorreria mais cedo ou mais tarde. Mas a irracionalidade da outra parte foi tamanha, que a bizarra situação da Sra. Johnson viajar com toda a familia sem minha presença, tornou-se realidade.

E lá foram todos: namorada, filhotas, pai, mãe, irmã, cunhado e a sobrinhada, viajar juntos. Numa divisão que deixou as três mulheres da minha vida no mesmo apartamento por dez dias inteiros, sem a nefasta interferência da mãe (sossegada por ter me impedido de ir). As crianças - com a predominância do DNA paterno no quesito inteligência - perceberam logo de cara que apesar de terem perdido o pai na viagem, tem uma mãe de verdade.

Alguém que se importa, que cuida, que as ama de verdade, sem envolvê-las em joguinhos sujos ou usá-las como moeda de troca. A diferença é tão nítida que já dá para sentir a falta de vontade delas de voltar para casa no domingo a noite.

E eu sempre disse que o mal sempre perde. Mesmo quando acredita que ganhou...

terça-feira, março 06, 2007

PRESENTE DE ANIVERSÁRIO

Minha filhota faz nove anos. Graças à irracionalidade da situação que a separação tomou temos de comemorar quando dá, pois é inútil tentar qualquer tipo de acomodação.

Pois então ficou definido (entre nós é claro) que, daqui em diante, ela fará aniversário quando estiver comigo. Terá bolo, festinha, presente (óbvio) e tudo mais que têm direito. A família já se organizou para tal e as comemorações sempre são animadas.

A idéia é maximizar as surpresas, conbinando diretamente com as mães das amiguinhas, escondendo os presentes, dando pistas tão falsas como uma nota de 3 reais. Com a mais velha isso funciona que é uma beleza. A mais nova já é menos ingênua e sempre descobre tudo.

Pois este ano foi a vez da bicicleta. Prometida desde o Natal, já havia sido desprometida com o argumento da falta de dinheiro entre outras desculpas. A colaboração financeira providencial da avó permitiu o cumprimento da promessa.

Não houve cerimônia, pois a festa seria no sábado, e o presente foi dado na quinta feira, mas a carinha de felicidade e a evidente explosão de excitação ficarão em minha memória para sempre. Neste final de semana a lição de casa ficou pronta mais cedo, mais caprichada e tudo correu mais tranquilo.

Para nós, cansados da baixaria, do evidente uso e abandono das crianças, foi um belo descanso na rotina.

Que bom seria se a vida se resumisse a uma bicicleta nova.

CONVIVENDO COM O CALOR

São Paulo está quente. Não é aquele calor suportável das cidades de praia, onde a brisa do mar atenua a temperatura, tornando a vida suportável. Também não é aquele calor seco do sertãozão Pernambucano, onde a umidade é tão baixa que, pelo menos, sofremos no seco.

Chego a conclusão que temperatura tem características regionais, como a medição de uma fazenda, temos os 34 graus paulistas, diferentes dos 34 graus recifenses ou sertanejos. Para o paulista, a combinação de sol forte, asfalto e concreto, com pouca brisa, usando terno e gravata, é garantia de penas brandas no dia do juízo. Pois estamos cumprindo a pena em vida.

O bom disto é poder dar uma folga no escritório (certos trabalhos tem esta facilidade) e fugir com as filhotas para uma piscina ou para uma volta de bicicleta no Ibirapuera. Tem outro gosto.

Mas o que me espanta, no caminho de casa ao trabalho, é o despreparo das pessoas para enfrentar o calor. Não só pelos ternos escuros e a falta de ar condicionado em escritórios e carros. Mas pela falta de expediente ao enfrentar o sol do meio dia.

Posso até parecer louco, mas quando me aventuro em minhas caminhadas diárias ao trabalho, vou com um confortável chapéu de palha, nacional, modelo mais esportivo com uma aba um pouco menor do que o que gostaria. Mas pelo menos chego mais apresentável no escritório.

É caro(a) leitor(a), chapéu, eles ainda existem e foram feitos para enfrentar as intempéries. Sei que numa era de carros, shopping centers e etc. parece loucura, mas o trânsito de São Paulo está, a cada dia, forçando os paulistanos deixarem seus carros na garagem.

Por que sofrer se ainda é possível achar uma boa chapelaria em São Paulo.