terça-feira, abril 04, 2006

A dor do não

Os que me conhecem sabem que faço de tudo por minhas filhas. Acompanharam a difícil fase do processo judicial onde tive de, para me defender de uma situação impossível, enfrentar minhas filhas, representadas pela mãe, no tribunal.

Hoje, com a ferida curada, ainda sinto uma pontada na consciência, que minhas advogadas fazem questão de dissipar ao questionarem os desfavoráveis termos em consegui forçar o acordo. Ora, é só dinheiro, não é muito e eu daria de qualquer jeito. Já dei até mais, pois para as pequenas o limite é mais elástico.

Mas não estava preparado para tudo, nem havia passado por tudo. Deus me mandou uma última porvação, a mais difícil, a mais dolorosa, a suprema provação de minha fé e amor por minhas gatinhas.

Na última vez que as vi, reclamaram de sentirem-se meio abandonadas pela mãe que, alegando excesso de tabalho, não mais faz as refeições junto, nem ajuda nas lições, nem as pôe na cama como fazia antes. Encerraram a conversa manifestando o desejo de morar comigo.

Não que não seja meu sonho, acho que seria sua realização. Mas as atuais condições me levaram a elaborar uma maneira de chamar a atenção da mãe e auxiliá-las de forma a continuar sob sua guarda.

A dor deste momento só não foi maior do que a certeza de estar fazendo o melhor para o momento. Sentir que ali havia a mãe de todas as oportunidades, deixá-la passar e aguardar uma nova chance foi extremamente difícil. Não é uma decisão que se toma pensando em nós mesmos. É a decisão de algo maior, é a mãe que prefere entregar o próprio filho do que ver a espada de Salomão em ação.

Sei que sou um bom pai, sei agora que todo o empenho e tempo dedicado a elas, está sendo apreciado. Sei que minhas filhas estão sempre ao meu lado, seja fisicamente ou só lembrando do final do semana com o papa. Sei que, como pai, posso ser melhor que uma mãe.

Me segurem, pois se minha filha acha que consigo qualquer coisa, então lá vou eu, para o alto e avante.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olha .... comentário de quem já quase viveu isso na pele. Sei bem o que é ter pais separados desde os 5 anos de idade e ter morado com o MEU PAI até os 14. Um dia te conto como foi essa experiencia e qdo eu quis ir morar com a minha mãe eu fui e depois quis voltar a morar com o meu pai ... e vou te dizer: foi uma experiencia que foi mto válida e se eu pudesse escolher hj, não teria saído da casa dele aos 13 ... teria saído apenas pra ir pra Australia. Lógico que qdo voltei da min ha eterna OZ LAND, voltei mudada e diferente. Mas foi mto bom e devo mto à ele!!!!! E olha que eu não tive irmãos da mesma idade pra compartilhar ... sou filha unica por parte de pai, por isso o xodó dele comigo!!!!!
Sei que é complicado, mas com certeza concordo com vc: é uma provação!!!!!
Bjs JeJe!!!