O dia a dia cansa, a rotina, os problemas, a contas, a teimosia do dinheiro em não durar até o fim do mês, o chefe paranóico, o subordinado indolente, o cliente mandão, o fornecedor tratante, o banco ladrão. Ufa!!! Seria bom se parasse por aí.
O que fazer? no meio do dia você tem aquela sensação de que o dia raiou contra você, vai ao banco e esquece o boleto que iria pagar, sai de casa e volta para pegar o celular, entra numa reunião sem os documentos imprescindíveis. Sentar e chorar é a primeira opção? Tudo bem caro leitor, homem não chora, enfarta.
Mas quero chegar a um ponto, lógico, o que fazer? para onde correr numa situação destas, onde tudo parece dar errado?
Não sei.
Claro que não sei caro(a) leitor(a), se soubesse estava rico vendendo livro de auto-ajuda ( se bem que acho que autores de auto-ajuda não sabem também). Mas para que ninguém saia daqui me chamando de impostor, vou fazer o que sei, contar uma estória minha.
Depois de uma rotina estressante de reuniões que não queria participar, de tempo perdido, de dinheiro perdido, de pequenas frustrações diárias, encontro-me às 4 da tarde num dilema, fujo do rodízio direto para casa?
Volto para o escritório e faço umas duas horas extras sozinho sem remuneração?
A resposta? nem um, nem outro, estava passando no clube para pagar a mensalidade, com atraso pois o boleto simplesmente desapareceu no dia de ser pago, vejo na porta da sauna, a ser reformada, um aviso dizendo que estaria aberta somente até ontem.
Resumo da ópera, três horas de merecido descanso, com direito a uma hora de sono pesado numa espreguiçadeira. Estou quase novo hoje.
Caro(a) leitor(a), há um conceito que ensino a meus alunos, o das pequenas indulgências, aqueles pequenos presentes que nos damos de vez em quando, alguns acabam culpando-se depois. Gastei demais demais dizem, engordei, enfiei o pé na jaca, enfim a consciência pesa lá na frente.
Desculpe consciência mas, sinceramente, dane-se, isso faz bem. Sendo a única maneira de mantermos a sanidade num dia ruim, ou num dia-a-dia massacrante. Ontem, pela primeira vez em meses, dormi como uma pedra, sem dores nas costas, sem o peso do trabalho, sem culpa.
Não sei se consigo fazer igual ainda este ano, a oportunidade foi única, mas outras estão na lista e não durmo mais com estas pequenas vontades reprimidas. Isso ninguém merece.
Em setembro de 2005 me vi só. 14 anos de minha vida usurpados sem dó. Incluindo meu bem mais precioso, minhas duas filhotas. A única alternativa, lutar pelo que é meu, e escrever minha história. A do homem que recomeçou sua vida do nada, em território hostil e desconhecido. A diferença do filme com mesmo nome? Eu fiquei numa selva moderna, sem um rifle Hawkin calibre 50. Quer saber mais? Leia e particpe das estórias de Jeremiah Johnson, mas cuidado, elas podem ser iguais à sua.
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