Finalmente, quase ao final das férias, consigo viajar com minhas três garotas para o sítio. As duas filhotas não mais se aguentavam em São Paulo. Férias escolares é um período torturante para as pequenas, o amigos somem, as atividades diárias se reduzem e a vida fica um pouco chata.
Não foi nossa primeira viagem juntos, mas era como se fosse. As outras, sempre acompanhadas da família, foram um treino. Ajudaram um bocado pois pareciamos uma família feliz, para as meninas não havia diferença.
Claro que rolou um stress, dado momento, um dia antes de voltar, após a ligação quase diária da mãe, a pequena começa a chorar. Pronto, lá veio um daqueles momentos em que o fogo do inferno parece pouco, para quem faz uma criança tão triste.
"Estou com saudades da mamãe, eu não queria que vocês se separassem". Ai, essa doeu.
Mas a certeza de que tudo havia mudado para melhor ajudou a contornar a situação, onde um pequeno, mas poderoso, argumento, que jamais faria efeito se não fosse verdadeiro, surgiu e tudo se acalmou.
O que eu disse? Ora caro(a) leitor(a), só mostrei a ela que agora haviam duas mães, uma com quem morava, outra que estava ali conosco, cuidando tão bem quanto a primeira. O choro parou, veio o beijo de boa noite, o abraço, virou, pegou o ursinho de estimação e dormiu um sono tranquilo, de uma criança feliz.
Se o argumento funciona sempre? Sim, para mim funcionou e creio que funcionará muito ainda, graças a uma pessoa maravilhosa, que aceitou munhas filhas como suas, cuidando delas tão bem, ou melhor (mas ai vão dizer que isto é típico de ex recalcado) que a própria mãe.
Graças a essa mullher que soube amar uma família, não só o homem. Que aceitou fazer parte de algo maior do que só um casal, da próxima vez que ela chorar de saudade da mãe, tudo que precisarei fazer é perguntar de qual delas.
Bem aventurada a criança que tem este tipo de escolha pela frente.
Em setembro de 2005 me vi só. 14 anos de minha vida usurpados sem dó. Incluindo meu bem mais precioso, minhas duas filhotas. A única alternativa, lutar pelo que é meu, e escrever minha história. A do homem que recomeçou sua vida do nada, em território hostil e desconhecido. A diferença do filme com mesmo nome? Eu fiquei numa selva moderna, sem um rifle Hawkin calibre 50. Quer saber mais? Leia e particpe das estórias de Jeremiah Johnson, mas cuidado, elas podem ser iguais à sua.
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