Falta pouco mais de uma semana para as férias, ansiedade é grande, pois o descanso das aulas só dá mais tempo para outros projetos. As meninas cobrando novas viagens, mais tempo para elas, brinquedos, roupas e livros, pois decidimos montar um quarto só delas com tudo isto, para se sentirem em casa. Enfim, encerro um ciclo para abrir outro imediatamente.
Mas o ciclo se fecha com chave ouro. Maior respeito profissional, maior contato com as pequenas, um novo amor na vida. Uma nova tarefa na igreja. Uma peça de teatro que estréia.
É isto mesmo caros(as) leitores(as), há alguns meses venho escrevendo minha primeira peça de teatro para o curso que faço, peça que encerrará o semestre com duas apresentações neste domingo. É um trabalho pequeno, uma estória de época que começou com uma cena boba e tomou uma dimensão inesperada e deliciosa.
Decido compartilhar isto com vocês pois agora, depois de muitos ensaios, brigas e mudanças a peça tomou forma, os personagens vêm, aos poucos, surgindo nas seções que fazemos quase diariamente até a estréia. Decido compartilhar isto pois comecei a enxergar em cada personagem, em cada fala, um pouco de mim. Descobrindo ser capaz de dar vida a um pai de família, uma amante, a um prostituta, a uma empregada e até a um cafetão.
O que mais me espanta no entanto, é ver que cada um deles carrega um pouco de minha vida, de minhas emoções, de meus sonhos. Vejo hoje que, quando nos forçamos a buscar algo dentro de nós, é possível resgatar experiências há muito esquecidas, emoções guardadas e visões diferentes do mundo.
Me dizem que isto é típico de quem é de Gêmeos, mas sinceramente não tenho idéia do querem dizer, apenas vi esta semana nos ensaios, partes de minha vida transplantadas para o começo do século passado, como se estivesse num túnel do tempo, vividas por outras pessoas, em outros contextos, e gostei da experiência.
Enfim, é bom ver tanta coisa boa de volta, é bom olhar para frente e ver a vida se abrindo, é bom viver em paz consigo mesmo.
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