segunda-feira, junho 26, 2006

Dia de estréia

Chegou o dia, a estréia afinal. Ontem, nove da manhã, já estava com tudo preparado, do figurino para a peça à pequenas coisas que se mostraram necessárias na produção. Do infalível canivete suíço (levei 2) até a providencial caixinha de band-aid (que também foi necessária).

Uma passada no Carrefour para as últimas compras, água, gelo, bolachas, barras de cereal e Champagne (óbvio) e seguimos para o teatro, de onde não sairíamos mais.

Três horas de trabalho árduo nos esperavam, enquanto as atrizes faziam seus elaborados cabelos (peça de época requer penteados complicados), os atores (dois) e meio diretor (machucado de um tombo no dia anterior) arrastavam cadeiras, montavam a platéia, criavam o cenário. Enfim trabalhamos como duas mulas de carga.

Pausa para almoço, uma cervejinha merecida, uma soneca de meia hora e o ensaio geral, marcação de entrada e saída, outra pausa para cortar o cabelo, trocas de figurino, palavras do diretor, a obrigatória leitura do Salmo 23 para ajudar a coragem, respira fundo uma, duas, três vezes e sobem as cortinas.

Casa cheia, filhotas sentadas na escada bem na primeira fila, olhinhos brilhando, procurando entender a história, fascinadas pela figura do pai falando engraçado, figurinos coloridos, músicas portuguesas e muita movimentação.

Claro que erramos, erramos todos, falas atropeladas, brancos gerais, faltou um pouco de ritmo e muito mais, mas a vitória foi completa, as platéia ria, se emocionava, se surpreendeu no final. Missão cumprida.

Foram duas seções, rápidas até, mas cada segundo no palco valeu por todos os meses de preparação, cada cena que pude ver das coxias enquanto esperava a hora de entrar me emocionou, afinal era meu texto sendo representado, meus personagens ganhando vida, minha obra fora encenada.

Mal consegui levantar da cama na segunda, a adrenalina em alta durante todo o dia, o esforço físico da montagem do cenário, o esforço emocional da estréia e a hora que consegui chegar em casa cobraram seu preço, acordei tarde, muito tarde.

Mas acordei realizado. É bom demais, gente.

Um comentário:

Anônimo disse...

Vc fez por merecer ... PARABÉNS!!