O fim de um casamento, ao contrário do que todos os envolvidos gostariam, não se traduz em fim de um relacionamento. Para se acabar com o relacionamento e seguir a vida em frente, com novos rumos, do zero sem qualquer tipo de ressentimento, de mágoa ou desconforto, somente a viuvez.
Todo casal que se separa, sempre carregará algum tipo de vínculo com o outro, sejam filhos, sejam amigos, sejam encontros com parentes. Sempre haverá alguma coisa que nos liga ao ex, quer gostemos disto ou não.
Até aí não há, ou deveria não haver, problema algum, mas como esperar que um novo relacionamento não se contamine com a presença do antecessor? como encarrar uma nova vida onde alguns hábitos - mesmo que saudáveis - nos remetem ao um passado que deve ser relevado? como conviver com o fantasma do encontro em situações públicas e embaraçosas?
Enfim, como proteger uma nova vida do contágio pelo passado?
Sinceramente caro(a) leitor(a), não tenho a menor idéia, já se vão meses desde minha saída - involuntária diga-se de passagem - e alguns laços teimam em não se romper, tranformando-se na verdade no nó gordio que deverá ser carregado por anos.
Acho que a frase: "o que Deus uniu, o homem não separa" é mais válida do que nunca, o problema do homem é pensar apenas na parte material dela. Justamente aquela que Deus não dá a minima.
Quem sabe, no dia que aprendamos a deixar de tentar sermos iguais a Deus, os nós voltem a ser laços, mais fáceis de lidar.
Em setembro de 2005 me vi só. 14 anos de minha vida usurpados sem dó. Incluindo meu bem mais precioso, minhas duas filhotas. A única alternativa, lutar pelo que é meu, e escrever minha história. A do homem que recomeçou sua vida do nada, em território hostil e desconhecido. A diferença do filme com mesmo nome? Eu fiquei numa selva moderna, sem um rifle Hawkin calibre 50. Quer saber mais? Leia e particpe das estórias de Jeremiah Johnson, mas cuidado, elas podem ser iguais à sua.
terça-feira, março 28, 2006
sexta-feira, março 24, 2006
Crescendo com os filhos
Em alguns momentos, menos frequentes a cada dia que passa, recordando partes de tudo o que passei durante a separação, deparo-me com situações em que uma linha invisível, aquela que separa o cidadão civilizado e educado do ogro de Cro-magnon, foi cruzada.
Costumo brincar que, nestas horas, uma pequena área do cérebro, aquela que veste uma pele de leopardo e carrega seu tacape na mão direita, toma controle do corpo, escurece a visão e faz tudo aquilo que abominaríamos se tivéssemos a mínima consciência do que está acontecendo.
Sei que o leitor ou leitora, neste momento, começa a se incomodar. Afinal todos passamos por isto e não é bom nem lembrar. Acreditem eu concordo. Toquei no assunto por dois motivos, o primeiro é exorcizar o ogro e aprender a lidar com ele. O segundo é para entender o que, pela primeira vez em minha vida, me tirou do sério daquela maneira.
Seis meses depois percebo que a mera perspectiva de passar um longo tempo sem ver minhas filhas, a tentativa da mãe de me afastar de sua educação ou aquelas pequenas picuinhas, criadas por membros da parte da família que voltou para o lado negro da força, eram o motivo.
Nestas reflexões descobri o leão que carregamos dentro de nós, descobri de onde vem a força para a superação de tudo e a vontade de lutar até o fim por algo. Nesta hora compreendemos o quanto somos capazes por um filho.
Hoje continuo com o mesmo tipo de sentimento primal, porém muito mais consciente de que posso também controla-lo. Enfim tenho passado muito mais tempo em contato com as meninas quando estamos juntos do que antes. Não digo que estou satisfeito com isto, pois nada substitui o beijo diário de bom dia ou boa noite na cama, o café da manhã juntos, ou a preguiça ao acordar de domingo.
Mas,, a verdade é que somos bem mais companheiros, conversamos mais, brincamos mais, curtimo-nos mais. Antes achava que seria minha responsabilidade o crescimento das meninas, hoje reconheço o privilégio de poder crescer junto com elas.
Talvez nunca tivesse descobrido como chegar a elas antes, talvez estivesse condenado a ser um pai mais distante por estar muito próximo. Mas o bom é ter me tornado um pai mais próximo, por estar distante.
Vai entender esta vida.
Costumo brincar que, nestas horas, uma pequena área do cérebro, aquela que veste uma pele de leopardo e carrega seu tacape na mão direita, toma controle do corpo, escurece a visão e faz tudo aquilo que abominaríamos se tivéssemos a mínima consciência do que está acontecendo.
Sei que o leitor ou leitora, neste momento, começa a se incomodar. Afinal todos passamos por isto e não é bom nem lembrar. Acreditem eu concordo. Toquei no assunto por dois motivos, o primeiro é exorcizar o ogro e aprender a lidar com ele. O segundo é para entender o que, pela primeira vez em minha vida, me tirou do sério daquela maneira.
Seis meses depois percebo que a mera perspectiva de passar um longo tempo sem ver minhas filhas, a tentativa da mãe de me afastar de sua educação ou aquelas pequenas picuinhas, criadas por membros da parte da família que voltou para o lado negro da força, eram o motivo.
Nestas reflexões descobri o leão que carregamos dentro de nós, descobri de onde vem a força para a superação de tudo e a vontade de lutar até o fim por algo. Nesta hora compreendemos o quanto somos capazes por um filho.
Hoje continuo com o mesmo tipo de sentimento primal, porém muito mais consciente de que posso também controla-lo. Enfim tenho passado muito mais tempo em contato com as meninas quando estamos juntos do que antes. Não digo que estou satisfeito com isto, pois nada substitui o beijo diário de bom dia ou boa noite na cama, o café da manhã juntos, ou a preguiça ao acordar de domingo.
Mas,, a verdade é que somos bem mais companheiros, conversamos mais, brincamos mais, curtimo-nos mais. Antes achava que seria minha responsabilidade o crescimento das meninas, hoje reconheço o privilégio de poder crescer junto com elas.
Talvez nunca tivesse descobrido como chegar a elas antes, talvez estivesse condenado a ser um pai mais distante por estar muito próximo. Mas o bom é ter me tornado um pai mais próximo, por estar distante.
Vai entender esta vida.
quarta-feira, março 22, 2006
Buscando a si mesmo
Pouco depois de sair de casa em outubro começo a perceber algo inquietante. Todos meus hábitos de casado começam a me perturbar.
As rádios, os programas de TV, estilos de filmes, tipos de livros, até aparência física. Enfim, qualquer coisa que me remetia ao passado, ou me relacionava com quem eu era na época de casado tornara-se insuportável de conviver.
Não posso dizer que fiquei triste, antigos Cd's, esquecidos durante os 14 anos de casamento, voltaram ao carro. Livros que desejava ler estão na mesa de cabeceira e espalhados pelo quarto. Uma nova pessoa começou a nascer naquele outubro. A redescoberta da fé também foi um passo natural, pois há muito me incomodava o distanciamento que a vida moderna impõe ao espírito.
Hoje, mais bem relacionado comigo mesmo, capaz não só de controlar, mas também de expor e usar minhas emoções diariamente, faz com que me sinta mais em paz, senhor de mim, capaz dos mais complexos desafios.
Obviamente este não é um blog estilo auto-ajuda. Nem pretende dar regras aos caros leitores sobre o que fazer em suas vidas. Este é só o relato de alguém que decidiu não chorar mais, de alguém que escolheu dedicar-se a si mesmo, em uma jornada solitária na intenção, porém repleta de pessoas importantes e companheiras no caminho. Esta é a história de um Jeremiah Johnson moderno.
A única coisa que posso aconselhar ao caro leitor, mesmo que não pretenda encerrar seu casamento, que a separação é algo tão longínquo a ponto de não merece ser sequer pensado, é:
Busque a si mesmo. Compreenda suas emoções a ponto de não se envergonhar delas. Ache seus valores mais fundamentais e reerga sua vida a partir deles. Pode ser uma mudança radical, pode ser tomar uma chícara de chá com alguém importante uma vez por semana.
A certeza que necessitamos para levantar da cama todas as manhãs vem daí. Se o ser humano tem suas características físicas em seuDNA, encontrado em todas as células do corpo, nossos valores são o DNA da alma, guias de nossas emoções e como nos relacionamos com elas.
A partir de nossos valores é que somos construídos como seres humanos. Ache-os e reencontre o ser humano que você é.
Foi o que fiz ontem e hoje, é que continuarei fazendo amanhã.
As rádios, os programas de TV, estilos de filmes, tipos de livros, até aparência física. Enfim, qualquer coisa que me remetia ao passado, ou me relacionava com quem eu era na época de casado tornara-se insuportável de conviver.
Não posso dizer que fiquei triste, antigos Cd's, esquecidos durante os 14 anos de casamento, voltaram ao carro. Livros que desejava ler estão na mesa de cabeceira e espalhados pelo quarto. Uma nova pessoa começou a nascer naquele outubro. A redescoberta da fé também foi um passo natural, pois há muito me incomodava o distanciamento que a vida moderna impõe ao espírito.
Hoje, mais bem relacionado comigo mesmo, capaz não só de controlar, mas também de expor e usar minhas emoções diariamente, faz com que me sinta mais em paz, senhor de mim, capaz dos mais complexos desafios.
Obviamente este não é um blog estilo auto-ajuda. Nem pretende dar regras aos caros leitores sobre o que fazer em suas vidas. Este é só o relato de alguém que decidiu não chorar mais, de alguém que escolheu dedicar-se a si mesmo, em uma jornada solitária na intenção, porém repleta de pessoas importantes e companheiras no caminho. Esta é a história de um Jeremiah Johnson moderno.
A única coisa que posso aconselhar ao caro leitor, mesmo que não pretenda encerrar seu casamento, que a separação é algo tão longínquo a ponto de não merece ser sequer pensado, é:
Busque a si mesmo. Compreenda suas emoções a ponto de não se envergonhar delas. Ache seus valores mais fundamentais e reerga sua vida a partir deles. Pode ser uma mudança radical, pode ser tomar uma chícara de chá com alguém importante uma vez por semana.
A certeza que necessitamos para levantar da cama todas as manhãs vem daí. Se o ser humano tem suas características físicas em seuDNA, encontrado em todas as células do corpo, nossos valores são o DNA da alma, guias de nossas emoções e como nos relacionamos com elas.
A partir de nossos valores é que somos construídos como seres humanos. Ache-os e reencontre o ser humano que você é.
Foi o que fiz ontem e hoje, é que continuarei fazendo amanhã.
terça-feira, março 21, 2006
Saúde espiritual - parte I / V
Seguindo a linha do post de ontem, vou discorrer de uma pequena metodologia para a paz espiritual. Pode ser que cada um tenha sua própria alternativa. Pode ser que nem todos se interessem, mas estes cinco passos funcionaram e num piscar de olhos vi quão fácil era manter a sanidade no dia-a-dia. Bastava tentar.
Para sua saúde espiritual é preciso manter uma atitude positiva diante do sofrimento. Pois somente quando sabemos nos comportar diante de uma adversidade, seremos capazes de lidar com ela e seguir em frente.
Para os cristãos deixo as cartas so apóstolo Paulo, onde relatando todo o sofrimento que lhe foi impingido pelos inimigos dos cristãos, o apóstolo mostra-se firme e disposto a seguir com seu ministério da palavra do Senhor.
Para os não cristãos, deve haver em sua religião alguma passagem muito similar. Pesquise e procure manter a cabeça erguida, livre da tristeza e da auto-piedade. Pode pareer uma chavão, mas quem já passou e encerrou um processo de sepração sabe que, um dia, a tristeza passa.
Lembre-se sempre que o desepero, a desilusão, o desânimo e todas esta coisas boas que vem com as má notícias, são e serão sempre passageiras, e quanto mais positiva for nossa atitude, masi rápido tudo passará.
Para sua saúde espiritual é preciso manter uma atitude positiva diante do sofrimento. Pois somente quando sabemos nos comportar diante de uma adversidade, seremos capazes de lidar com ela e seguir em frente.
Para os cristãos deixo as cartas so apóstolo Paulo, onde relatando todo o sofrimento que lhe foi impingido pelos inimigos dos cristãos, o apóstolo mostra-se firme e disposto a seguir com seu ministério da palavra do Senhor.
Para os não cristãos, deve haver em sua religião alguma passagem muito similar. Pesquise e procure manter a cabeça erguida, livre da tristeza e da auto-piedade. Pode pareer uma chavão, mas quem já passou e encerrou um processo de sepração sabe que, um dia, a tristeza passa.
Lembre-se sempre que o desepero, a desilusão, o desânimo e todas esta coisas boas que vem com as má notícias, são e serão sempre passageiras, e quanto mais positiva for nossa atitude, masi rápido tudo passará.
segunda-feira, março 20, 2006
Alma doente
Uma coisa do passado que não me esqueço é a miséria espiritual de certas pessoas. Por mais de uma vez vi no outro lado da família um sentimento de infelicidade inexplicado. Via as pessoas sempre à busca do conforto espiritual pelo consumismo. Vi gentesededicando à crença de qualquer coisa para aplacar a infelicidade que os assolava.
Não que isto fosse problema meu, mas o convívio com estas situações, mesmo que esporádico, me incomodava. Fitas vermelhas em soleiras de portas, olhos turcos contra mau olhado, copos com água e sal grosso dentro de armários, talismãs, patuás, numerólogos e cartomantes tratados como divindades. Só faltou um bezerro de ouro igual ao destruído por Moisés.
O lado bom da separação neste caso é o fim da convivência com esta pataquada e a volta de valores mais sólidos ao lar.
O leitor já começa a coçar a cabeça enquanto olha para o crital em sua mesa de cabeceira, pensa no gnomo em cima do monitor do computador da empresa, pensando que perdeu tempo lendo o blog errado ou que o blogueiro é um chato.
Calma caro(a) leitor(a), não vim aqui para condenar ninguém, este é o relato de algo que sempre me incomodou muito. A doença da alma, a fraqueza do espírito, a infelicidade eterna.
Pessoas que nunca conseguem encontrar a satisfação em suas vidas, convivem com um sentimento de tristeza eterna, sempre descontentes, sempre atrás dealgo que não virá.
Se você caro leitor sente-se assim, se convive com alguém na mesma situação, saiba, não há dinheiro ou remédio no mundo que aplaque este sentimento. É preciso cuidar de sua fé, de seu estado de espírito, de sua relação com Deus.
A boa nova é que isto tem cura e voltarei a falar sobre isto nos próximos posts.
Não que isto fosse problema meu, mas o convívio com estas situações, mesmo que esporádico, me incomodava. Fitas vermelhas em soleiras de portas, olhos turcos contra mau olhado, copos com água e sal grosso dentro de armários, talismãs, patuás, numerólogos e cartomantes tratados como divindades. Só faltou um bezerro de ouro igual ao destruído por Moisés.
O lado bom da separação neste caso é o fim da convivência com esta pataquada e a volta de valores mais sólidos ao lar.
O leitor já começa a coçar a cabeça enquanto olha para o crital em sua mesa de cabeceira, pensa no gnomo em cima do monitor do computador da empresa, pensando que perdeu tempo lendo o blog errado ou que o blogueiro é um chato.
Calma caro(a) leitor(a), não vim aqui para condenar ninguém, este é o relato de algo que sempre me incomodou muito. A doença da alma, a fraqueza do espírito, a infelicidade eterna.
Pessoas que nunca conseguem encontrar a satisfação em suas vidas, convivem com um sentimento de tristeza eterna, sempre descontentes, sempre atrás dealgo que não virá.
Se você caro leitor sente-se assim, se convive com alguém na mesma situação, saiba, não há dinheiro ou remédio no mundo que aplaque este sentimento. É preciso cuidar de sua fé, de seu estado de espírito, de sua relação com Deus.
A boa nova é que isto tem cura e voltarei a falar sobre isto nos próximos posts.
domingo, março 19, 2006
Momento Família
Hoje, depois de um longo tempo, consegui repetir uma das melhores rotinas da vida de casado. Algo que fazia muita falta e cujas perspectivas de voltar a ocorrer num futuro próximo não eram das melhores.
Após uma manhã agitada por compromissos profissionais, foi possível um almoço a quatro no clube. Com direito a uma ida à Blockbuster escolher um filme para o final de semana, sorvete para as crianças, passeio de mão dada, dividir sobremesa e assitir televisão com criança no colo.
Vejo muita gente que se separa reclamando da falta de companheiros, da queda na qualidade das pessoas "disponíveis" e, em alguns casos, da falta de um relacionamento, digamos assim, físico de qualidade.
Não digo que meu caso fosse da falta de uma mulher, conheci várias, saí com algumas e posso dizer que todas eram pessoas maravilhosas. Mulheres de uma fibra, de uma inteligência, de uma sensualidade e de uma conversa sensacionais. Muito aprendi, muito descobri, muito cresci ao conhecer estas pessoas. Posso dizer que, por causa delas, hoje sou um homem melhor.
Mas ainda faltava algo, o vazio na alma permanecia, aquele sentimento de falta que nos pega desprevinidos, deixando um gostinho amargo ao final de cada dia. Como se estivéssemos incompletos.
Por uma brincadeira do destino (deixemos assim, um dia que sabe esta estória vem a tona), alguém surgiu em meu caminho. Num ritmo mais lento e cheio de nuances, encontros, desencontros e muita ansiedade, começamos a namorar.
Vencido o desafio da aceitação pelas crianças, diga-se de passagem, mais rápido do que esperava, edra só começar estabelecer duas rotinas, uma para os finais de semana a dois, outra para os momentos a quatro.
Hoje, caro leitor, fomos uma família, hoje tanto eu como as crianças irradiávamos uma felicidade indescritível, hoje era como se mamãe estivesse de volta. Fazendo exatamente o que curtíamos fazer num sabado de muito sol, calor e chuva no final da tarde.
Hoje, foi um dia muito bom, reconstruí a última parte da vida que fazia falta. Estou feliz.
Após uma manhã agitada por compromissos profissionais, foi possível um almoço a quatro no clube. Com direito a uma ida à Blockbuster escolher um filme para o final de semana, sorvete para as crianças, passeio de mão dada, dividir sobremesa e assitir televisão com criança no colo.
Vejo muita gente que se separa reclamando da falta de companheiros, da queda na qualidade das pessoas "disponíveis" e, em alguns casos, da falta de um relacionamento, digamos assim, físico de qualidade.
Não digo que meu caso fosse da falta de uma mulher, conheci várias, saí com algumas e posso dizer que todas eram pessoas maravilhosas. Mulheres de uma fibra, de uma inteligência, de uma sensualidade e de uma conversa sensacionais. Muito aprendi, muito descobri, muito cresci ao conhecer estas pessoas. Posso dizer que, por causa delas, hoje sou um homem melhor.
Mas ainda faltava algo, o vazio na alma permanecia, aquele sentimento de falta que nos pega desprevinidos, deixando um gostinho amargo ao final de cada dia. Como se estivéssemos incompletos.
Por uma brincadeira do destino (deixemos assim, um dia que sabe esta estória vem a tona), alguém surgiu em meu caminho. Num ritmo mais lento e cheio de nuances, encontros, desencontros e muita ansiedade, começamos a namorar.
Vencido o desafio da aceitação pelas crianças, diga-se de passagem, mais rápido do que esperava, edra só começar estabelecer duas rotinas, uma para os finais de semana a dois, outra para os momentos a quatro.
Hoje, caro leitor, fomos uma família, hoje tanto eu como as crianças irradiávamos uma felicidade indescritível, hoje era como se mamãe estivesse de volta. Fazendo exatamente o que curtíamos fazer num sabado de muito sol, calor e chuva no final da tarde.
Hoje, foi um dia muito bom, reconstruí a última parte da vida que fazia falta. Estou feliz.
sexta-feira, março 17, 2006
O primeiro dia do resto de nossas vidas
Às vezes ainda me lembro de minha primeira noite sozinho. Uma sexta-feira que teima em me assombrar de vez em quando, lembrando-me que nada na vida é garantido.
Por uma questão logística e financeira, decidi naquela época, dar um tempo na casa de meus pais. Afinal casa, comida e roupa lavada, sem nada em troca é algo a ser considerado com muito carinho.
Mas, e sempre rola um mas, sentado na minha cama aquela noite olhando todas as caixas de papelão, com o que restou de minha vida à minha frente, cheguei conclusão. Não importava o que havia ali, minha vida fora desmontada de forma brusca e inexperada. Estava com tudo que construí embalado para um dia, caso e quando saísse, tentar reconstruir tudo de novo .
Não sei quantos já se sentiram assim, não é só a perda de tudo. É a falta de perspectiva, é o sentimento do fracasso naquilo que deveria ser o principal. É o fundo do poço, e graças a Deus, momento onde muito começa a ser esclarecido.
Talvez o processo de separação pudesse ser mais lento, talvez tudo pudesse ter sido feito de forma diferente, mas, na verdade, ainda bem que não.
Naquela noite, vi a ficha cair. Percebi que minha vida seguiria outro rumo, que a estrada que trilhei por tantos anos acabara. Num entroncamento de várias pistas e viadutos, sem placa de aviso, sem indicação de direção, sem retorno.
O que eu fiz?
Ora escolhi um e fui seguindo, desta vez mais atento à sinalização. Não sei se estou no caminho certo, mas já pude mudar de rumo algumas vezes no momento certo, e a cada mudança sinto que as coisas vão se assentando e a vida melhorando.
Por uma questão logística e financeira, decidi naquela época, dar um tempo na casa de meus pais. Afinal casa, comida e roupa lavada, sem nada em troca é algo a ser considerado com muito carinho.
Mas, e sempre rola um mas, sentado na minha cama aquela noite olhando todas as caixas de papelão, com o que restou de minha vida à minha frente, cheguei conclusão. Não importava o que havia ali, minha vida fora desmontada de forma brusca e inexperada. Estava com tudo que construí embalado para um dia, caso e quando saísse, tentar reconstruir tudo de novo .
Não sei quantos já se sentiram assim, não é só a perda de tudo. É a falta de perspectiva, é o sentimento do fracasso naquilo que deveria ser o principal. É o fundo do poço, e graças a Deus, momento onde muito começa a ser esclarecido.
Talvez o processo de separação pudesse ser mais lento, talvez tudo pudesse ter sido feito de forma diferente, mas, na verdade, ainda bem que não.
Naquela noite, vi a ficha cair. Percebi que minha vida seguiria outro rumo, que a estrada que trilhei por tantos anos acabara. Num entroncamento de várias pistas e viadutos, sem placa de aviso, sem indicação de direção, sem retorno.
O que eu fiz?
Ora escolhi um e fui seguindo, desta vez mais atento à sinalização. Não sei se estou no caminho certo, mas já pude mudar de rumo algumas vezes no momento certo, e a cada mudança sinto que as coisas vão se assentando e a vida melhorando.
terça-feira, março 14, 2006
Covardia
Acho que nunca esquecerei minha audiência de separação. Apesar de todos meus esforços para apagar esta lembrança triste, persiste a sensação ruim das quase três horas de discussão inútil na frente de completos estranhos.
Antes de mais nada, gostaria de deixar claro que, nos quase 14 anos de casado, nunca havia sequer levantado a voz em uma discussão. Nunca havia discutido rispidamente com minha esposa. Enfim o que tinha tudo para virar uma grande amizade, virou a versão terrena do Inferno de Dante.
O pior de tudo que ainda me lembro, é o gosto amargo da violação de nossos princípios após uma briga, o horrível sentimento de haver exposto o demônio interior, de haver cedido ao lado Negro da Força. Depois de 14 anos de cumplicidade absoluta, virava uma espécie Dart Vader doméstico, cuja presença era a inspiração do mal puro.
Mas, voltando à audiência, vi naquele momento que nada teria a menor chance de florescer ou sobreviver ao sistema. O palco estava montado para a execução do matrimônio, entre comentários sobre a reversibilidade do processo, pás e mais pás de cal pura eram jogadas na cova rasa, onde 14 anos de um relacionamento, cheios de momentos felizes e alguns tristes, seriam sepultados para sempre.
Não sei se deveria falar assim, mas alguém deveria rezar para a alma dos advogados. A insensibilidade que os guia é impressionante. Sob o estandarte da defesa incondicional do cliente, os nobres doutores vendem sua alma ao demônio, conseguem com uma frieza impressionante transformar tudo em valores monetários, conseguem ignorar os sentimentos dos clientes, os interesses e a vida futura de quem deveriam preservar e ajudar, partindo para lutas onde os únicos vencedores são os próprios defensores.
Fiz inúmeros apelos para evitar os tribunais, fiz várias tentativas de acordos e de diálogo, para a cada passo deparar-me com um advogadog que,g ao acreditar estar defendendo sua cliente, ergeu uma barreira que culminou numa briga eterna, no fim de uma amizade harmoniosa, no fim de 14 anos de relacionamento amoroso, civilizado e sincero (ao menos eu espero).
É covarde o que espera aqueles que decidem seguir rumos separados, tudo no caminho conspira contra, tudo no caminho é desenhado para o conflito, tudo no caminho é feito para realçar os defeitos e cobrir a doces recordaçoes.
É uma pena, afinal, mesmo depois deste processo doloroso, não me arrependo dos 14 anos, da dedicação, da vida em família, de haver me casado. Vou além, não culpo o casamento, culpo seu processo de dissolução e a mentalidade daqueles que deveriam conduzí-lo com extremo cuidado.
Pois tenho certeza que vou me casar de novo.
Antes de mais nada, gostaria de deixar claro que, nos quase 14 anos de casado, nunca havia sequer levantado a voz em uma discussão. Nunca havia discutido rispidamente com minha esposa. Enfim o que tinha tudo para virar uma grande amizade, virou a versão terrena do Inferno de Dante.
O pior de tudo que ainda me lembro, é o gosto amargo da violação de nossos princípios após uma briga, o horrível sentimento de haver exposto o demônio interior, de haver cedido ao lado Negro da Força. Depois de 14 anos de cumplicidade absoluta, virava uma espécie Dart Vader doméstico, cuja presença era a inspiração do mal puro.
Mas, voltando à audiência, vi naquele momento que nada teria a menor chance de florescer ou sobreviver ao sistema. O palco estava montado para a execução do matrimônio, entre comentários sobre a reversibilidade do processo, pás e mais pás de cal pura eram jogadas na cova rasa, onde 14 anos de um relacionamento, cheios de momentos felizes e alguns tristes, seriam sepultados para sempre.
Não sei se deveria falar assim, mas alguém deveria rezar para a alma dos advogados. A insensibilidade que os guia é impressionante. Sob o estandarte da defesa incondicional do cliente, os nobres doutores vendem sua alma ao demônio, conseguem com uma frieza impressionante transformar tudo em valores monetários, conseguem ignorar os sentimentos dos clientes, os interesses e a vida futura de quem deveriam preservar e ajudar, partindo para lutas onde os únicos vencedores são os próprios defensores.
Fiz inúmeros apelos para evitar os tribunais, fiz várias tentativas de acordos e de diálogo, para a cada passo deparar-me com um advogadog que,g ao acreditar estar defendendo sua cliente, ergeu uma barreira que culminou numa briga eterna, no fim de uma amizade harmoniosa, no fim de 14 anos de relacionamento amoroso, civilizado e sincero (ao menos eu espero).
É covarde o que espera aqueles que decidem seguir rumos separados, tudo no caminho conspira contra, tudo no caminho é desenhado para o conflito, tudo no caminho é feito para realçar os defeitos e cobrir a doces recordaçoes.
É uma pena, afinal, mesmo depois deste processo doloroso, não me arrependo dos 14 anos, da dedicação, da vida em família, de haver me casado. Vou além, não culpo o casamento, culpo seu processo de dissolução e a mentalidade daqueles que deveriam conduzí-lo com extremo cuidado.
Pois tenho certeza que vou me casar de novo.
segunda-feira, março 13, 2006
Olhando para trás
"Não sei como aguentei isto por tanto tempo..."
É um dos grandes fatos da vida, quantas vezes nos fazemos esta pergunta, em diversas formas é verdade, durante o período pós-separação. É como se descobríssemos nossa estupidez, recebendo a luz a cada momento trivial, que deixamos de nos importar, ou relevamos os desconfortos em pró de algo, que deveria ser maior.
Em algumas ocasiões vem a indefensável pergunta: "Se era tão ruim por que não foi embora?" E nós ficamos ali, parados, com a boca aberta, sem nenhuma desculpa ou resposta inteligente para o momento. Afinal, este é o ponto em que a outra parte está certa.
Muita calma nesta hora, afinal esta é uma situação que não se percebe no momento. Somente quando olhamos friamente para trás e a luz nos alcança. Isto pode acontecer numa corrida matinal, na esteira ou bicicleta de academia ou numa conversa íntima com um novo(a) parceiro(a).
Já enfrentei dezenas des vezes este pensamento, já me desapontei muito comigo mesmo. Enfim, já fiquei sem resposta para minha pergunta. O que posso dizer para ajudar alguém?
Simples, relaxe caro leitor, você não está sozinho neste mundo, todos passamos ou passaremos por isto. Se seu casamento acabou, muito provavelmente, já estava ruim para ambos, você só está percebendo isto mais tarde que a outra parte.
Hoje, depois de várias reflexões, depois de concluir que o sacrifício pessoal foi maior do que o racional, consigo decidir melhor, escolher melhor, ceder na medida certa, sabendo que não vou me questionar de novo. Os relacionamentos seguintes foram melhorando a cada experiência, em que a certeza do que queria orientou meus atos.
Acredite caros amigos, é possível ser feliz com os erros do passado.
É um dos grandes fatos da vida, quantas vezes nos fazemos esta pergunta, em diversas formas é verdade, durante o período pós-separação. É como se descobríssemos nossa estupidez, recebendo a luz a cada momento trivial, que deixamos de nos importar, ou relevamos os desconfortos em pró de algo, que deveria ser maior.
Em algumas ocasiões vem a indefensável pergunta: "Se era tão ruim por que não foi embora?" E nós ficamos ali, parados, com a boca aberta, sem nenhuma desculpa ou resposta inteligente para o momento. Afinal, este é o ponto em que a outra parte está certa.
Muita calma nesta hora, afinal esta é uma situação que não se percebe no momento. Somente quando olhamos friamente para trás e a luz nos alcança. Isto pode acontecer numa corrida matinal, na esteira ou bicicleta de academia ou numa conversa íntima com um novo(a) parceiro(a).
Já enfrentei dezenas des vezes este pensamento, já me desapontei muito comigo mesmo. Enfim, já fiquei sem resposta para minha pergunta. O que posso dizer para ajudar alguém?
Simples, relaxe caro leitor, você não está sozinho neste mundo, todos passamos ou passaremos por isto. Se seu casamento acabou, muito provavelmente, já estava ruim para ambos, você só está percebendo isto mais tarde que a outra parte.
Hoje, depois de várias reflexões, depois de concluir que o sacrifício pessoal foi maior do que o racional, consigo decidir melhor, escolher melhor, ceder na medida certa, sabendo que não vou me questionar de novo. Os relacionamentos seguintes foram melhorando a cada experiência, em que a certeza do que queria orientou meus atos.
Acredite caros amigos, é possível ser feliz com os erros do passado.
sexta-feira, março 03, 2006
Abrindo a boca
É sempre muito difícil iniciar um texto. Pensei em diversas forma de fazer isto antes de abrir o blog, mas no final tudo se convertia em posts novos, nenhum adequado para iniciar algo.
Não quero contar a história da minha vida, primeiro por ser uma forma chata, segundo por não ter intenção de fazer deste blog um "querido diário". Já passamos da adolescência, e sinceramente não é para lá que gostaria de voltar no tempo.
A verdade é que queria transformar este blog numa mesa de bate-papo, onde, junto com os leitores, pudesse expor tudo que vivi e estou vivendo depois de uma conversa fatídica sobre a viabilidade de meu casamento.
Os nomes nunca serão verdadeiros, pois percebo que as semelhanças entre minha vida e de outros tantos cujos casamentos acabaram, não são mera coincidência. Outro motivo é não querer expor ninguém sem prévia autorização.
Sei que muitos não tem o hábito de comentar em blogs, preferem guardar seus segredos e sentimentos. Mas insisto em pedir comentários, pois estes podem ajudar algum outro leitor a enfrentar seus demônios e atravessar uma fase sempre muito penosa.
Bom, até aqui tudo bem, abraços a todos e bom fim de semana
Não quero contar a história da minha vida, primeiro por ser uma forma chata, segundo por não ter intenção de fazer deste blog um "querido diário". Já passamos da adolescência, e sinceramente não é para lá que gostaria de voltar no tempo.
A verdade é que queria transformar este blog numa mesa de bate-papo, onde, junto com os leitores, pudesse expor tudo que vivi e estou vivendo depois de uma conversa fatídica sobre a viabilidade de meu casamento.
Os nomes nunca serão verdadeiros, pois percebo que as semelhanças entre minha vida e de outros tantos cujos casamentos acabaram, não são mera coincidência. Outro motivo é não querer expor ninguém sem prévia autorização.
Sei que muitos não tem o hábito de comentar em blogs, preferem guardar seus segredos e sentimentos. Mas insisto em pedir comentários, pois estes podem ajudar algum outro leitor a enfrentar seus demônios e atravessar uma fase sempre muito penosa.
Bom, até aqui tudo bem, abraços a todos e bom fim de semana
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